SOBRENATURAL

Embora entidades vampíricas tenham sido registradas em várias culturas, possivelmente em tempos tão recuados quanto a pré-história, o termo vampiro apenas se tornou popular no início do século XIX, após um influxo de superstições vampíricas na Europa Ocidental, vindas de áreas onde lendas sobre vampiros eram frequentes, como os Balcãs e a Europa Oriental, embora variantes locais sejam também conhecidas por outras designações, como vrykolakas na Grécia e strigoi na Roménia. Este aumento das superstições vampíricas na Europa levou a uma histeria coletiva, resultando em alguns casos na perfuração de cadáveres com estacas e acusações de vampirismo.

Essa lenda é tão remota quanto a própria existência humana. A essência do vampiro como um monstro sugador de energia vital foi uma das primeiras manifestações culturais diante do desconhecido: as doenças. Nos primórdios, ninguém tinha esse conceito de "doença". O corpo humano e sua complexidade eram absolutamente ignorados. Quando alguém começava a passar mal logo creditavam o fato a algo sobrenatural. Então surgiu a ideia de seres que se alimentavam da energia dos vivos, deixando-os naquele estado torpe até, talvez, levando à morte.
Essa crença popular tem registro em culturas antiquíssimas como a mesopotâmica, a grega, a suméria, a babilônica, a asteca, a africana, a hebraica e muitas outras. Sendo o sangue o símbolo da vida, muitas acreditavam que os seres se alimentavam dele. Apesar da terem aparência variável nos mais diversos folclores, foi nos vilarejos da Europa central que eles começaram a se parecer mais com os vampiros de hoje. E serem documentados também. Espalhou-se por ali que os corpos de suicidas, excomungados ou não-batizados, quando a noite caía, levantavam do túmulo e voltavam para sugar o sangue de seus parentes (que se tornavam vampiros também) e depois voltavam para o cemitério na forma de morcegos. Isso gerou uma onda de pânico que resultou no assassinato de muitas pessoas por crer-se serem vampiras. Acontece que algumas das doenças que atacaram a Europa no séc XVIII, hoje conhecidas e desmestificadas, têm sintomas próximos aos relatos de vampirismo.
A raiva ainda tem como característica ser transmitida por animais contaminados, o que pode ter creditado aos vampiros a capacidade de metamorfose. E, ainda por falta de conhecimento, eles se "certificavam" que a pessoa era um vampiro quando encontravam o corpo do cadáver com sangue fresco saindo pela boca. Hoje é sabido que, mesmo após a morte, a putrefação acaba expelindo o sangue. Além do agravante da raiva deixar o sangue liquefeito por um bom tempo após o óbito. E terras úmidas e frias (como as da Europa central) preservam melhor os cadáveres, mantendo-os mais tempo que o comum.
Ainda há a crença judaico-cristã, que defende que o primeiro vampiro foi um personagem bíblico bem conhecido: Caim. Após matar o irmão e não se arrepender, ele teria sido amaldiçoado e se tornado o primeiro vampiro da história.

O termo "vampiro", aliás, apareceu só no século XVIII na França, como "vampire", num documento que registra casos vampirísticos. A origem da palavra é muito questionada. Pode vir do russo upir, do húngaro vampir ou ainda do turco uber.
A noção de vampirismo existe há milénios; culturas como as da Mesopotâmia, Hebraica, da Grécia Antiga, e a romana continham lendas de demonios e espíritos que são considerados precursores dos modernos vampiros. No entanto, apesar da ocorrência de criaturas do tipo dos vampiros nessas civilizações antigas, o folclore da entidade que conhecemos hoje como vampiro teve origem quase exclusivamente no sudeste da Europa no início do século XVIII, quando as tradições orais de muitos grupos étnicos dessa região foram registados e publicados. Em muitos casos, os vampiros são espectros de seres malignos, vítimas de suicídio, ou bruxos, mas podem também ser criados quando um espírito maléfico possui um corpo ou quando se é mordido por um vampiro. 
É difícil fazer uma descrição única e final do vampiro da tradição popular, embora exista uma série de elementos comuns a muitas das lendas europeias. Os vampiros são muitas vezes descritos como de aparência inchada, e com uma coloração rósea, púrpura ou escura; estas características são frequentemente atribuídas a uma recente ingestão de sangue. De fato, o sangue é muitas vezes visto perpassando da boca e nariz quando um vampiro era visto no seu caixão ou mortalha, e o olho esquerdo fora deixado aberto. O vampiro estaria envolto na mortalha de linho em que havia sido enterrado, e os seus dentes, cabelo e unhas poderiam apresentar algum crescimento, embora em geral os dentes pontiagudos não fossem uma característica.
As causas da geração de vampiros eram muitas e variadas nas antigas tradições populares. No folclore eslavo e chinês, qualquer corpo que fosse acometido por um animal, em particular um cão ou gato, temia-se que se tivesse tornado num morto-vivo. Um corpo com uma ferida que não houvesse sido tratada com água a ferver estaria também em risco. No folclore russo, dizia-se que os vampiros haviam sido em tempos bruxos ou pessoas que se revoltaram contra a Igreja Ortodoxa Russa quando ainda eram vivas.

Surgiram muitas vezes práticas culturais que tinham por objectivo impedir que o ente amado recentemente falecido se tornasse num morto-vivo. Enterrar um corpo de cabeça para baixo era algo muito difundido, assim como a colocação de objetos terrenos, como gadanhas e foices perto da cova, com o fim de satisfazer qualquer demônio que entrasse no corpo, ou para apaziguar os mortos por forma a que estes não quisessem levantar-se da tumba. Este método assemelha-se à prática Grécia Antiga de colocar uma moeda na boca dos corpos, para pagar o frete da barca de Caronte na travessia do Estige, no submundo; foi argumentado que a moeda não teria essa finalidade, mas a de colocar em guarda qualquer espírito maléfico que tentasse entrar no corpo, e isto pode ter influenciado tradições vampíricas mais tardias. Esta tradição persistiu no folclore grego moderno dos vrykolakas, no qual uma cruz de cera e um caco de barro com a inscrição" Jesus Cristo conquista" eram colocados no corpo por forma a prevenir que este se tornasse num vampiro. Outros métodos comumente praticados na Europa incluíam cortar os tendões das pernas ou colocar sementes de papoulas, milhetes, ou areia no chão perto da cova de um suposto vampiro; isto destinava-se a manter o vampiro ocupado toda a noite contando os grãos, indicando uma associação entre vampirismo e aritmomania. Narrativas chinesas semelhantes referem que se um ser vampírico encontra um saco de arroz sente-se obrigado a contar todos os grãos; este tema pode ser encontrado igualmente nos mitos do subcontinente indiano assim como nas lendas da América do Sul de bruxaria e outra espécie de espíritos ou seres malignos ou nefastos.
No folclore albanês, o dhampir é o filho do karkanxholl ou lugat. Se o karkanxholl dorme com a sua mulher, e esta fica prenhe, a geração é chamada dhampir e possui a qualidade única de poder identificar o karkanxholl; daqui deriva a expressão o dhampir conhece o lugat. O lugat não é visível, e pode apenas ser morto pelo dhampir, o qual ele próprio é habitualmente filho de um lugat. Em diversas regiões, animais podem voltar a este mundo como lugats; e, do mesmo modo, pessoas vivas durante o sono. Dhampiraj é também um sobrenome albanês.

Mas o ponto decisivo para a concepção do vampiro atual foi o famoso livro Drácula, de Bram Stoker, lançado em 1897. Inspirado no crudelíssimo príncipe Vlad Tepes Dracul, que governou a Valáquia (atual Romênia) na metade do século XV, o escritor misturou fatos históricos com várias crenças populares (tanto que, no livro, o vampiro vira lobo), aterrorizou gerações e perpetuou a imagem do vampiro nobre, sedutor e misterioso.
As diversas manifestações que se seguiram foram creditando outras características ao monstro até ele virar o que é hoje: o personagem mais popular em livros, filmes, seriados e jogos. Sedutor, infantil, selvagem, cruel e até mesmo brilhante à luz do sol. 
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Vampiro é um ser mitológico ou folclórico que sobrevive se alimentando da essência vital de criaturas vivas (geralmente sob a forma de sangue), independentemente de ser um morto-vivo ou uma pessoa viva.
O termo entrou na língua portuguesa no século XVIII por via do francês vampire, que o tomou do alemão Vampir, que por sua vez o tomou emprestado no início do século XVIII do sérvio вампир/vampir,quando Arnold Paole, um suposto vampiro, foi descrito na Sérvia na época em que esse território estava incorporado no Império Austríaco. O Houaiss dá ainda como possível origem o húngaro, além do sérvio, apresentando como formas históricas vampire (c.1784), vampiro (1815) e vampyro (1857). Uma das primeiras ocorrências do termo registadas na língua portuguesa surge num texto português datado de 1784, em que é usada a forma vampire, indicando a sua proveniência direta do francês Em 1815 regista-se já a forma atual, vampiro.

A forma sérvia encontra paralelo em virtualmente todas as línguas eslavas: búlgaro e macedónio вампир (vampir), croata upir /upirina, checo e eslovaco upír, polaco wąpierz, e (talvez por influência eslavo-oriental) upiór, ucraniano упир (upyr), russo упырь (upyr'), bielorrusso упыр (upyr), do antigo eslavo oriental упирь (upir'). (Note-se que muitas destas línguas também integraram posteriormente o termo "vampir/wampir" por influência Ocidental; essas formas são distintas das palavras nativas originais para a criatura.) A etimologia não é clara. Entre as formas eslavas propostas estão *ǫpyrь e *ǫpirь.Uma outra teoria, com menor divulgação, é a das línguas eslavas terem tomado a palavra a partir de um termo turco para "bruxo" (e.g., o tártaro ubyr)

Acredita-se geralmente que o primeiro uso registado do russo arcaico Упирь (Upir') encontra-se num documento datado de 6555 (1047 AD).23 É um cólofon num manuscrito do Livro dos Salmos escrito por um padre que transcreveu o livro do glagolítico para o cirílico por encomenda do Príncipe Volodymyr Yaroslavovych. O padre escreve que o seu nome é "Upir' Likhyi " (Оупирь Лихыи), que significa algo como "Vampiro Malvado" ou "Vampiro Louco .
Este nome aparentemente estranho tem sido citado tanto como um exemplo do paganismo que à época ainda persistia, assim como do uso de alcunhas como nomes próprios.
↑ Barber 1988, p. 125

Itens com qualidades apotropaicas, capazes de afastar as almas do outro mundo, são comuns no folclore vampírico. O alho é um exemplo comum e ramos de roseira silvestre e pilriteiro têm fama de poder ferir vampiros, e na Europa diz-se que espalhar sementes de mostarda no telhado das casas consegue afasta-los. Outros apotropaicos incluem itens sagrados, como crucifixos, rosários, ou água benta. Diz-se que os vampiros não conseguem pisar chão sagrado, tal como o das igrejas e templos, ou atravessar água corrente Embora não sejam habitualmente vistos como apotropaicos, os espelhos têm sido usados para afastar vampiros quando colocados em portas, virados para o exterior. Em algumas culturas, os vampiros não possuem reflexo e por vezes não produzem sombra, possivelmente como manifestação da ausência de alma no vampiro. Este atributo, embora não universal (os vrykolakas/tympanios gregos são capazes de gerar tanto reflexo como sombra), foi usado por Bram Stoker em Drácula e permaneceu popular em autores e realizadores de cinema posteriores .Algumas tradições asseguram também que um vampiro não consegue entrar numa casa a menos que seja convidado pelo seu proprietário, embora após o primeiro convite possa entrar e sair sempre que lhes apeteça .Não obstante os vampiros da tradição popular sejam tidos como mais ativos à noite, não são geralmente considerados vulneráveis à luz solar.




Fantasma, na crença popular, é a alma ou espírito de uma pessoa ou animal falecido que pode aparecer para os vivos de maneira visível ou através de outras formas de manifestação. Descrições de aparições de fantasmas variam no modo como estes se manifestam. A tentativa deliberada de contactar o espírito de uma pessoa morta é conhecida como necromancia, ou séance no espiritismo.


A crença em manifestações espirituais dos mortos é comum, datando do animismo ou veneração dos mortos em culturas pré-históricas. Determinadas práticas religiosas — ritos funerários, exorcismos, e alguns costumes do espiritualismo e da magia — são especificamente designadas para agradar os espíritos dos mortos. Fantasmas são geralmente descritos como essências solitárias que assombram um local, objeto ou pessoa em particular a qual estiveram ligados em vida, embora histórias a respeito de exércitos, trens, navios e até mesmo animais e números fantasmas tenham sido relatadas.

A imagem de um submundo onde os mortos moravam era comum no Antigo Oriente, sendo expressa no hebraico bíblico pelo termo tsalmaveth (literalmente "sombra-morte"). No Antigo Testamento, a Bruxa de Endor aparece durante o Segundo Livro de Samuel para conjurar o espírito  de Samuel.


Há várias referências a fantasmas em religiões mesopotâmicas, mais especificamente nas religiões da Suméria, Babilônia, Assíria e em outros estados iniciais da Mesopotâmia. Traços de tais crenças permaneceram nas religiões abraâmicas posteriores que dominaram a região. Acreditava-se que os fantasmas eram criados no momento da morte, levando consigo a memória e a personalidade da pessoa falecida. Eles viajavam para um mundo subterrâneo, onde assumiam uma determinada posição e levavam uma existência similar em alguns aspectos àquela do vivo. Esperava-se que familiares dos mortos fizessem oferendas de alimentos e bebidas em prol destes; caso não o fizessem, os fantasmas infligiram aos vivos má sorte e doenças. Costumes medicinais tradicionais atribuíam uma variedade de doenças à ação de fantasmas, enquanto outras seriam causadas por deuses ou demônios.







Há três séculos, o vilarejo de Salem, na colônia americana da Nova Inglaterra, foi tomado de assalto por uma onda de intolerância e de fanatismo religioso, vitimando quase vinte pessoas. Esse infeliz incidente, e a caça às feiticeiras que então se desencadeou, serviu como um alerta para que os princípios de liberdade religiosa fossem assegurados na história dos Estados Unidos.
"É uma certeza que o demônio apresenta-se por vezes na forma de pessoas não apenas inocentes, mas também muito virtuosas."
Rev. John Richards, século XV

Mister Parris, o pobre reverendo de Salem, estava exasperado. Betty, a sua única filha de apenas nove anos, acometida por uma série de estranhos espasmos, jogou-se petrificada sobre o leito, negando-se a comer. Naquela perdida cidadezinha, ao norte de Boston, não existiam muitos recursos além de um velho médico que por lá se perdera. Chamado para diagnosticar a doença, atestou para o aterrado pai que a menina estava era enfeitiçada e que nada lhes restava a fazer além de uma boa e sincera reza. A conclusão do doutor correu de boca em boca e em pouco tempo os pacatos habitantes do pequeno porto tomaram conhecimento de que Satanás resolvera coabitar com eles.



Simultaneamente outras garotas, as amiguinhas de Betty, começaram a apresentar sintomas semelhantes aos da filha do clérigo. Rolavam pelo chão, imprecavam, salivavam, grunhiam e latiam. Foi um pandemônio. Pressionado a tomar medidas, Parris resolveu chamar um exorcista, um caçador de feiticeiras, que prontamente começou sua investigação.




No século XVII, poucos punham em dúvida a existência de bruxas ou de feiticeiras porque uma das máximas daqueles tempos é de que "é uma política do Diabo persuadir-nos que não há nenhum Diabo".



Inquiridas por Cotton Mather, que iria se revelar uma espécie de Torquermada americano, as garotas contaram que o que havia desencadeado aquela desordem toda fora uns rituais de vodu que elas viram Tituba fazer. Essa era uma escrava negra que viera das Índias Ocidentais, e que iniciara algumas delas no conhecimento da magia negra. Durante o último longo inverno da Nova Inglaterra, ela apresentara várias vezes os feitiços para uma platéia de garotas impressionáveis. Educadas no estreito moralismo calvinista e no ódio ao sexo que o puritanismo devota, aquele cerimonial animista deve ter despertado as fantasias eróticas nelas. Provavelmente culpadas por terem cedido à libido ou apavoradas por sonhos eróticos, as garotas entraram em choque histérico. Seja como for o caso, merecia ser ouvido num tribunal. Toda a Salem se fez então presente no salão comunitário.

Quando colocadas num tribunal especial, presidido pelo juiz S. Sewall, e inquiridas pelos juízes Corwin e Hathorne, as meninas começaram a apontar indistintamente para várias pessoas que estavam na sala apenas como curiosas. O depoimento mais sensacional foi o da escrava Tituba, que não só confessou suas estranhas práticas como afirmou que várias outras pessoas da comunidade também o faziam.

A partir daquele momento, a cidadezinha que já estava sob forte tensão se transformou. Um comportamento obsessivo tomou conta dos moradores.
 Uma onda de acusações devastou o lugarejo. Vizinhos se denunciavam, maridos suspeitavam das suas mulheres e vice-versa, amigos de longa data viravam inimigos. Praticamente ninguém escapou de passar por suspeito, de ser um possível agente do demônio. Não demorou para que mais de 300 pessoas fossem acusadas de práticas infames. O tribunal que entrou em função em junho de 1692 somente parou em outubro. Resultou que dezenove pessoas foram enforcadas.
Apesar de existirem disposições papais que datam do século XV, como a Summis desiderantes affectibus, de Inocêncio VIII, e o volumoso tratado dos dominicanos (o Malleus Maleficarum, de 1486), que orientavam na luta contra a bruxaria, o mundo anglo-saxão aderiu a ela muito mais tarde. Na Inglaterra, os procedimentos jurídicos antifeitiçaria somente foram fixados em 1664, com os Suffolk Assizes, de sir Mathew Hale, mas nunca chegaram às trágicas dimensões que a caça às bruxas dos países católicos. A explicação para isso deve-se a que não existia entre os protestantes uma instituição tão poderosa como a Igreja Católica, que via na heresia a marca da subversão. Também não parece acertado o argumento de Rossell Hope Robbins, autor da Encyclopedia of witchcraft and demonology, (Enciclopédia de feitiçaria e demonologia), de 1959, de que a caça às bruxas, "nunca foi do povo", mas sim um hábil instrumento de padres e advogados para enriquecer por meio do sequestro dos bens dos denunciados.
É certo que feitiços e envolvimentos com bruxas se perdem nos tempos imemoriais da humanidade, mas somente no século XV é que passou a ser considerado herético. Não parece ser possível acreditar que tal sentimento não correspondesse aos anseios mais profundos do povo, às fobias tenebrosas do homem comum. Keith Thomas, no seu monumental Religião e o declínio da magia, refuta existirem interesses econômicos nas perseguições, eis que a maioria das vítimas das caçadas era extremamente pobre, o que George Tindall confirma no seu capítulo sobre os acontecimentos de Salem.
É inquestionável que o povo acreditava sinceramente no maleficium, isto é, no dano causado pelas bruxas. Por um ou outro motivo, ele acumpliciava-se com as autoridades nas medidas tomadas para persegui-las e julgá-las. Na sociedade pré-iluminista, a existência do demônio era coletivamente aceita porque servia como uma explicação conveniente para acontecimentos estranhos, para as agressões injustificadas ao que lhes parecia inusitado, ao inesperado. Por outro lado, socorrer-se de feiticeiras e de bruxas sempre foi uma maneira de tentar influenciar pessoas ou coisas sobre as quais se tinha escasso poder.
É uma tentação irresistível poder fazer o mal a alguém sem correr riscos de ser descoberto. Arma do impotente, do covarde ou do fraco, o feitiço era uma maneira astuta de causar prejuízos a alguém odiado. A vítima, por sua vez, não tinha a mínima prova do que ou quem a mandou atingir. O malefício lançado contra alguém atuava igualmente como um poderoso instrumento de compensação psíquica largamente recorrido pelos desgraçados da vida. É uma forma, ainda que bem primitiva, de se alcançar a justiça. Os atos mágicos ou as seções endemoniadas, por sua vez, agem como anestesia aos padecimentos sofridos. De alguma forma, a possibilidade de ser atingido por um feitiço qualquer atua como um fator dissuasivo entre os poderosos. Um mandão, um prepotente, um déspota, poderia temer ser atingido por um "mau olhado" ou cair vitimado por poção encantada qualquer. Afinal eram as únicas coisas que os poderiam atemorizar, já que a justiça comum e mesmo Deus pareciam sempre estar do seu lado.
É sintomático esse medo das elites aos possíveis efeitos da bruxaria. O fato de que no influente Grande Catecismo do jesuíta Pedro Canísio, editado no século XVI, o nome de Satã aparecer 67 vezes, bem superior às dedicadas a Jesus. Mas deve-se a essas mesmas elites porém um freio às perseguições. Montaigne nos ensaios, de 1580, já ridicularizava esse tipo de coisa e na Inglaterra observou-se um número crescente de juízes que começaram a desconsiderar as sucessivas denúncias de bruxarias que chegavam às cortes, apesar de a legislação contra aquelas práticas só ter sido revogada em 1736. A perda do medo às bruxas também pode ser creditada à crescente expansão das luzes, aos avanços da razão, da educação e da lógica científica que culminaram na máxima "se não há diabo, não há Deus."
Deteve-se a matança em Salem quando as denúncias envolveram figuras eminentes da colônia, tal como a esposa do governador de Massachusetts e o pastor Samuel Willard, presidente do Harvard College. Enquanto a arraia-miúda foi enclausurada, acusada de práticas escusas, poucos se indignaram. O basta naquilo tudo foi dado quando os dedos dos fanáticos ousaram apontar para a elite local. Ainda em oito de outubro de 1692, circulou uma carta redigida por um intelectual da região, Thomas Brattle, que se horrorizara com os enforcamentos, revelando a loucura coletiva que tomara conta dos aldeãos. Segundo Perry Miller, que estudou as idéias que circulavam pelas colônias americanas daquele século, a letter de Brattle teria sido o primeiro documento iluminista produzido na América do Norte, pois criticou veementemente os prejuízos do fanatismo religioso. Entre outras coisas, Battle escreveu: "temo que os anos não apagarão essa desgraça, esta nódoa que essas coisas lançaram sobre nossa terra." E os processos dos endemoniados de Salem assim como começaram, num repente terminaram.
As perseguições às bruxas de Salem serviram, dois séculos e meio depois, como tema para que o teatrólogo Arthur Miller - sofrendo as intimidações feitas pelo Comitê de Atividades Anti-Americanas do senador MacCarthy -, escrevesse a peça The Crucible (traduzida por nós como As bruxas de Salem). Encenada no início dos anos de 1950, eram evidentes as analogias que Miller fez entre os padecimentos da esquerda americana na época da Guerra Fria, com os tormentos sofridos pelos injustamente acusados em Salem.






Almas  penadas são denominadas como fantasmas e, segundo alguns autores, fazem parte do folclore mundial e, principalmente, do folclore português. São entidades sobrenaturais que parecem ser espíritos inconformados de pessoas que já morreram,mas não conseguem se desprender desse nosso mundo por vários motivos. Esses motivos podem ser revolta, medo, ódio, vingança, saudade imensa dos que aqui ficaram, enfim, muitos motivos para que esses espíritos não consigam a paz que tanto precisam.
Elas podem se manifestar em qualquer lugar que lhes seja favorável, como igrejas, cemitérios, casas abandonadas, ruas escuras.


Elas podem ser classificadas como espíritos errante os quais ainda não aceitaram a sua morte , não  conseguem compreender que não podem mais ficar no mundo dos vivos.
Essas almas penadas podem aparecer através de várias formas. Algumas, as mais conhecidas, são vozes, caveiras, sombras, gritos, luzes estranhas, espectros terríveis ou da forma em que morreram.














     Succubus é um mito de um demônio com aparência feminina que invade o sonho dos homens a fim de ter uma relação sexual com eles para lhes roubar a energia vital. Segundo a lenda o Succubus se deita sobre a vitima o asfixiando e ao mesmo tempo o obrigando a ter relações sexuais.   

Em lendas medievais do oeste, um Succubus é um demônio que toma a forma de uma mulher bonita para seduzir homens (especialmente monges), em sonhos de fundo sexual. Elas usam os homens para sustentarem-se de sua energia, por vezes até ao ponto de exaustão ou morte da vítima. São de mitologia e fantasia: Lilith (primeira mulher de Adão segundo a Torá) e em fábulas Cristãs,  considerados Succubus.

De acordo com o Malleus Maleficarum, ou "Código Penal das Bruxas", os Succubus recolhem sêmen dos homens com os quais copulam para que um Incubus possa, então, posteriormente, engravidar mulheres. Crianças assim nascidas eram para ser supostamente mais suscetíveis às influências de demônios.

Em algumas crenças o Succubus se metamorfosearia no Incubus com o seu sêmen recém-colhido, pronto para engravidar suas vítimas. Deve-se levar em conta a crença de que demônios não podem se reproduzir naturalmente. Porém, o Incubus poderia engravidar uma mulher a partir do sêmen obtido no ataque do Succubus.











Na visão científica o Incubus e o Succubus não passam de alucinações noturnas e em muitos casos são relacionados a Paralisia do Sono, que é uma espécie de distúrbio noturno, pois têm quase as mesmas características. Pessoas que sofrem de paralisia do sono relatam sentir uma forte pressão na região peitoral como se algo estivesse em cima dele, e uma leve sensação se asfixia, também relatam sofrerem de uma grande paranoia, como se alguém ou algo o estivesse observando, chegando muitas vezes a escutar vozes, gritos, sussurros ou a ver vultos, pessoas e seres estranhos, sem contar é claro, que como o nome já dá a entender, o indivíduo fica completamente paralisado, em poucas vezes podendo apenas movimentar os dedos dos pés. Incomum seria os antigos não associarem esta doença sinistra a algo sobrenatural.  

Existem diversas manifestações culturais em muitos países diferentes que tratam do fenômeno da paralisia do sono, havendo até uma representação em nosso folclore, uma criatura chamada Pisadeira.

Na cultura Hmong, é descrita uma experiência chamadada tsogou ou “demônio apertador”. Frequentemente, a vítima afirma enxergar uma figura pequena, não maior que uma criança, sentando em sua cabeça ou peito.

No Vietnã, chama-se ma de, que significa “segurado por um fantasma”, sendo que muitas pessoas acreditam que fantasmas entram no corpo das pessoas, causando a paralisia.

Na China, são as guǐ yā shēn ou guǐ yā chuáng  , o que pode ser traduzido literalmente como “corpo pressionado por um fantasma” ou “cama pressionada por um fantasma”.

Na cultura japonesa, a paralisia do sono é conhecida como kanashibari, que significa literalmente “atado ao metal”.

Na cultura popular húngara é chamada lidércnyomás (“lidérc pressionante”) e pode ser atribuída a um número de entidades sobrenaturais como aparições, bruxas ou fadas.






Íncubo (em latim incubus, de incubare) é um demônio na forma masculina que se encontra com mulheres dormindo, a fim de ter uma relação sexual com elas. O íncubo drena a energia da mulher para se alimentar, e na maioria das vezes deixa-a viva, mas em condições muito frágeis. .


O íncubo geralmente aparece em sonhos que a vítima está sentindo prazer. Ele toma a forma mais atraente para a vítima, atraindo-a para si com seu magnetismo, sugando a energia sexual de sua parceira. Indefesa diante da situação, a vítima desse ser oferece involuntariamente sua energia, como forma de retribuição, durante os atos cometidos. Ao acordar se sente fragilizada e cansada, apesar de, na maioria das vezes, não se lembrar de nada.




                A  S  M  O   D  E  U 
  
                                                        O destruidor


É um dos nais antigos demônios. Conhecido como o Senhor da Maldade, o Dono dos Jogos e Enigmas, responsável pelos negros Mistérios.
Dentro da Demonologia e o que cuida das casas de jogos da corte infernal.
Esse demônio costuma ser representado por três cabeças diferentes, sendo elas uma de touro, outra de carneiro e mais uma, de homem expelindo um forte e terrível hálito de fogo.





Segundo a crença, ele destronou Salomão que conseguiu vencê-lo, obrigando-o a construir um templo.
Seu mês e Novembro e seu único objetivo e a destruição de quem merece.
Pode também ser descrito com o Deus da Luxúria; geralmente esta envolto em casos de possessão, como aconteceu com as freiras de Louviers.
Ele também ficou conhecido na Pérsia, Aeshma. Existem referências sobre ele ser conhecido como Chasmonat e Sidonay.
Através da Bíblia, conta-se que ele foi  demônio que assediou Sara, filha de Raquel, causando a morte de seus primeiros sete maridos no próprio dia do casamento até que foi dominado pelo anjo Rafael( Tobias 3,8: 6,14:8,2).
Segundo fontes hebraicas, Asmoday ou Acheneday é chefe dos demônios Shedin, uma classe de demônios com garras de galo.
Dentro da Demonologia judaica, ele é considerado como o grande gênio do Mal, oriundo do Livro Sagrado da religião de Zoroastro, o Avesta. A religião conhecida como Zoroastrismo tem como principal característica o princípio do Bem e do Mal.
Segundo a crença bíblica, o anjo Rafael capturou o demônio Asmodeu lançou-o no deserto egípcio, fazendo assim com que Sara se casasse com Tobias.









Um anjo caído é um demônio, do grego δαίμων( o que divide), que, segundo a tradição judaico- cristão, é um ser intermediário entre o ser humano e Deus, um anjo que, após uma guerra no céu, afastou-se do plano divino, tornando-se, de maneira voluntária, um Espirito do Mal.
 Segundo a Teologia Cristã, como a Católica, Ortodoxa e Protestante, o Anjo Caído é um anjo que almeja um poder maior e acaba se entregando às trevas e ao pecado. Esse termo significa que esse anjo( ou anjos) saiu do Paraíso, caindo nas profundezas do Mal.




O anjo caído mais conhecido é Lúcifer,
Os anjos caídos são muito vistos por ocasião dos conflitos entre o Bem e o Mal.
Para os cristãos, os demônios são anjos maus que, chefiados por Lúcifer ou Satanás, se rebelaram contra Deus, pecando por orgulho, como se pudessem tornar iguais ao Criador e foram, por isso, condenados e precipitados, para sempre, no inferno. O Cristianismo ensina que Deus não criou seres propensos ao mal e nem os condenou ao Inferno, foram eles que usando de seu Livre Arbítrio se rebelaram e condenaram a si próprios.




. Ensina a doutrina que os demônios, sendo inimigos da natureza humana assumida pelo Verbo de Deus, agindo por ódio contra Deus e pela inveja que têm ao gênero humano (cf. Mt 8,16; Ef 6,12; 1 Pd 5, 8), procura induzir o homem ao mal, podendo mesmo, com permissão divina, causar-lhe algum dano ao corpo e aos bens que possui, como aconteceu com Jó.





 O Papa Paulo VI, tratando do assunto, reafirmou que "Os demônios estão na origem da primeira desgraça da humanidade: foi o tentador pérfido e fatal do primeiro pecado, o pecado original (Gn 3; Sb 1, 24). Com a queda do homem, o Diabo adquiriu um certo poder sobre o homem, do qual só a redenção de Cristo pode libertar. É história que dura ainda hoje. 




Recordemos os exorcismos do Batismo e as frequentes referências da Sagrada Escritura e da Liturgia ao agressivo e premente poder das trevas (Cf. L 22, 53; Cl 1, 13).
Diabo é o 'adversário número um', é o tentador por excelência. Sabemos, portanto, que este ser obscuro e perturbador existe realmente e que ainda atua com astúciatraiçoeira. É o adversário oculto que semeia erros e desgraças na história humana ... O 'Anjo Mau' é o homicida desde o princípio ... e o 'Pai da Mentira', como o define Cristo (Cf. Jo 8, 44-45); é o insidiador sofista do equilíbrio moral do homem. É ele o pérfido e astuto encantador que sabe insinuar-se em nós, através dos sentidos, da fantasia, da concupiscência, da lógica utopista, ou dos desordenados contatos sociais na realização de nossas obras para introduzir-lhes desvios, tão nocivos quanto, na aparência, conformes com as nossas estruturas físicas ou psíquicas, ou com as nossas profundas e instintivas aspirações". O mesmo pontífice afirmou que "A fumaça de Satanás está entrando pelas frestas da Igreja", ou seja, o Diabo e seus demônios não deixam de perseguir e atacar os membros da Igreja, sejam leigos ou clérigos, do mesmo modo ameaçador que tentou a São Pedro e os demais apóstolos (Cf. Lc 22, 31). Mas, os poderes infernais jamais prevalecerão contra a Igreja, em sua organização e doutrina (Mt 16, 18). 





Em sua providência, Deus não permite que sejamos tentados acima de nossas forças, de sorte que sempre podemos e devemos resistir aos demônios, como fez Cristo e nos exorta o apóstolo São Tiago (Cf. MT 4; Tg 4,7; 1 Cor 10,13). A doutrina ensina que os demônios procuram arrastar ao inferno as almas humanas, empregando para isto as tentações e as obsessões. As tentações são más inspirações e ciladas armadas contra as almas dos homens, devido à natureza perversa dos homens, da qual os demônios se aproveitam. As obsessões são os tormentos sensíveis que os demônios exercem no corpos. Contudo, sabe-se pelos Evangelhos que , além das tentações ordinárias e obsessões malignas, pode haver raros casos de possessão diabólica (Mt 8, 28-32; 12,22), ou seja, um demônio se apodera da ação humana, tomando posse do corpo do homem, usando-o como instrumento para blasfêmias e maldições. A doutrina ensina que “A graça é a defesa decisiva contra os ataques dos demônios.





 O cristão deve ser militante; deve ser vigilante e forte, recorrendo às vezes a algum exercício ascético especial, para afastar determinadas invasões diabólicas. Jesus ensina isto, indicando como remédio a oração e o jejum (Cf. Mc 9,29) e a Igreja recomenda a confiante devoção de cada homem ao seu Anjo da Guarda
O ‘Catecismo da Igreja Católica’ conclui que: “o poder de Satanás não é infinito. Satanás é uma simples criatura, poderosa, pelo fato de ser puro espírito, mas, de qualquer modo, criatura: impotente para impedir a edificação do Reino de Deus. Embora Satanás exerça no mundo a sua ação, por ódio contra Deus e o seu reinado em Jesus Cristo, e embora a sua ação cause graves prejuízos – de natureza espiritual e indiretamente, também, de natureza física – a cada homem e à sociedade, essa ação é permitida pela Divina Providência, que com força e suavidade dirige a história.


Fonte: Wikipédia
            A Batalha do Apocalipse - Eduardo Spohr (romance)


                          Porque os anjos pecaram?

Este é um dos profundos mistérios da Teologia.
É aqui que podemos ver a perfeição de toda a criação, os Teólogos Latinos são autores de uma frase que diz: "Posse pecare et posse non pecare". Isso traduz a capacidade de pecar e a de não pecar. É a posição de poder fazer qualquer uma das duas coisas sem ser constrangido a fazer uma ou outra coisa. Em outras palavras, havia liberdade de escolha.
Deus não coagiu nenhuma de suas criaturas, nem mesmo os anjos. Se indagarmos que motivo pode ter estado por trás dessa rebelião, podemos obter algumas respostas nas Sagradas Escrituras.
  1. GRANDE PROSPERIDADE E BELEZA (Rei de Tiro-Tipo de Satanás-Ez.28:11-19; I Tm.3:6).
  2. AMBIÇÃO DESMEDIDA E A CONCUPISCÊNCIA DE SER MAIS QUE DEUS (Rei da Babilônia-Tipo da Satanás-Is.14:13,14).
  1. SUBIREI AO CÉU – vs.13 – Satanás queria a posição ao lado de Deus no céu, lugar este reservado a Cristo - Ef.1:20.
  2. EXALTAREI MEU TRONO – vs.13 – Satanás queria seu trono sobre todo principado, potestade e domínio, lugar este prometido a Cristo – Ef.1:21.
  3. ME ASSENTAREI NO MONTE DA CONGREGAÇÃO - vs.13 – Satanás queria reinar sobre o povo de Deus, privilégio este dado ao Messias prometido - Is.9:6-7.
  4. SUBIREI ACIMA DAS MAIS ALTAS NUVENS – vs.14 – Satanás queria a Glória que só Deus tem, e esta pertence a Cristo – Jo.17:5.
  5. SEREI SEMELHANTE AO ALTÍSSIMO – vs.14 – Satanás queria o poder e a autoridade do altíssimo, e esta pertence somente a Cristo – Jo.8:58.

- Segundo o Livro dos Segredos de Enoch
O primeiro relato sobre rebelião de anjos  está contido no livro apócrifo dos SEGREDOS de Enoch.
 De acordo com a tradição cristã, houve uma grande batalha travada no começo dos tempos entre os  anjos  bons, que apoiavam Deus, e os  anjos  rebeldes, que apoiavam a tentativa de Satanás de tomar o lugar de Deus.
Segundo o livro, esta grande luta aconteceu no segundo dia da Criação.
Deus criou todos os anjos com livre arbítrio para escolher entre o bem e o mal.
Trecho do Livro dos Segredos, onde Deus conta diretamente à Enoch, que criou os anjos, e que um deles (chamado de Satanail), se rebelou:
"E um dos anjos, tendo saído de sua hierarquia e se desviado para uma hierarquia abaixo da sua, concebeu um pensamento impossível: colocar o seu trono acima das nuvens que se encontram sobre a terra, para que seu poder se igualasse ao meu.
Precipitei-o do alto com seus anjos, e ele pôs-se a voar por cima do abismo, continuamente.”

- Segundo uma antiga versão da Bíblia do Século XIX:
Criou Deus também um mundo invisível, a saber: os Anjos do Céu, os quais eram todos bons e sumamente felizes. Mas uma grande parte deles, tornando-se soberbos, rebelaram-se contra Deus, dizendo: “Seremos semelhantes ao Altíssimo, e poremos nosso trono acima das estrelas”. Então houve um grande combate nos céus. Miguel com os seus Anjos fieis pelejou contra os  maus que  foram vencidos e precipitados no Inferno.
            Classificação dos anjos  e  demônios


ABA-Um dos anjos invocados em rituais misticos e responsável pela sexualidade humana.
ABABALOI- Um dos anjos invocados dentro dos rituais de Salomão.

ABADDON - (O Destruidor). Através do  livro do «Apocalipse», é o anjo  ou estrela do abismo sem fim, que acorrenta Satanás por mil anos. Diz-se que foi o anjo invocado por Moisés para que enviasse as chuvas terríveis de granizo  que arrasaram o Egito. Algumas autoridades referem-se a Abaddon como a um lugar e não a um anjo. Este é o nome dado pelos judeus ao deus grego Apolo. Em alguns livros apócrifos, como os «Atos de Tomás», Abaddon é considerado uma entidade demoníaca,também identificado com o anjo obscuro da morte,  demônio do abismo e com um dos pertencentes  da hierarquia infernal, em  alguns  casos designado como o próprio Satanás.


ABALAN-  príncipe  do Inferno, pouco conhecido, que pertence à corte e ao séquito de Paymon.


ABATHUR-MUZANIA-Este é o anjo da Estrela do Norte, que rege a balança onde pesa a alma do ser humano quando ele morre.Também conhecido pelo nome de Abyatur.
ABDALS- Os Substitutos. É um grupo de setenta espíritos que asseguraram a existência permanente do mundo, de acordo com os muçulmanos. Só Deus conhece os seus nomes secretos.Não são imortais e quando um deles morre, outro é criado por Deus para substituí-lo.
ABDIAO Servidor. Um dos anjos que proteje o círculo mágico da magia de Salomão.

ABDIEL- ( O Servidor de Deus). O Livro do Arcanjo Raziel escrito segundo a lenda, pelo anjo com este nome, menciona Abdiel como um dos anjos da hierarquia celestial. Também conhecido como Abadiel.


ABDIZIRIEL- um dos grande anjos que regem as vinte e oito mansões da Lua.

ABEL- um dos anjos que regem o Quarto Céu, invocado sempre no ponto Leste do círculo mágico na magia cerimonial. De acordo com os gnósticos, é um dos doze Potestades que julgam as almas quando elas chega ao Céu.
ABADONA - (O Arrependido): Um dos serafins rebeldes, que mais tarde se arrependeu do seu pecado contra Deus. Mas de acordo com a doutrina cristã, os anjos caídos não podem arrepender-se, já que, uma vez que pecaram contra Deus, a sua essência está arraigada no mal.
ABADGTHA- Um dos anjos da Confusão.

ABALIM- Grandes Anjos... Outro nome que se dá ao Coro dos Erelim ou Tronos. As Inteligências Principais ou príncipes regentes deste Coro são Zakfiel ou Jofiel.

ABARIEL-Um dos anjos regentes das Mansões da Lua, que se invocam durante rituais mágicos lunares. Seu nome aparece inscrito no Segundo Pentáculo da Lua, em " A grande Clavícula de Salomão".

ABELECH- segundo a " Grande Clavícula de Salomão" é um dos anjos invocados para subjugar os espíritos infernais durante os rituais de Magia Negra.

ABHEIEL-  outro anjo que rege as vinte e oito mansões da Lua.







ABEZI-THIBOD - Um dos espíritos infernais que regem o Egito; aquele que lutou com Moisés e endureceu o coração do faraó relativamente a este. Entre os antigos hebreus, Abezi era uma entidade infernal também identificada com Samael e Mastema. De acordo com o “Testamento de Salomão”, Beelzebub é o pai de Abezi.


ABIGOR- demônio que ocupa na corte infernal uma hierarquia superior, desempenhando o cargo de grão-duque da monarquia infernal. Apresenta-se sob a forma de um cavaleiro, montado num animal preto como ébano e levando na mão direita  uma lança. Sob suas ordens estão 60 legiões de demônios. Os magos, que já o invocaram, asseguram que sempre responde habilmente no que se refere à estratégia militar e ensina os meios mais eficazes para  consulente se tornar amado pelos soldados.


ABLATI-  um dos anjos invocados nos rituais do arcanjo Uriel.


ABRAHEL- demônio súcubo conhecido por uma aventura que Nicolas Remy descreve em sua Demonolatria.

ABRAMALECH - Demônio guardião e servo de Lúcifer.
ABRAXAS - Segundo está escrito na Cabala , este é o príncipe dos Eons. Uma grande parte das autoridades judaicas consideram-no uma divindade infernal. 
ABRASIEL-  anjo que rege a Sétima Hora do dia, de acordo com o grimório A Arte Paulino.
ABRID´- Na tradição judaica é um dos Hemumim ou anjos assistentes cujo nome se usa em amuletos contra o mau- olhado..Também é o anjo do Equinócio do Verão.
ABRIEL- um dos anjos que se invoca nos rituais da Cabala, que em tempos foi membro do Coro das Dominações.
ABRIGIEL- Anjo das Transformações. Aquele que explica como os anjos ajudam    a humanidade a conseguirem  mudanças positivas para o futuro.
ABRIMAS- Anjo invocado durante o Sabath judaico.

ABRIEEL- um dos nomes que os muçulmanos dão ao arcanjo Gabriel. O outro nome é Jibril.
ACATRIEL -Um dos três príncipes dos bons demônios na cabala  hebraica ou judaica que admite demônios de duas classes.


ACHAM -demônio de ordem inferior que se conjura às quintas feiras.
ACHAMOT- Espírito ou anjo do sexo feminino, mãe de Jeová nas notáveis doutrinas dos valencianos.
ACHARAY-RIBO - Chefe dos Infernos entre os jacouts.
AGATHION- Demônio familiar que só se apreenta ao meio-dia. Aparece em forma de homem ou de besta, e às vezes deixa-se prender num talis mã, nua garrafa ou em um anel mágico.
AGNAN - Demônio que atormentava os americanos com aparições e maldades. Aparecia especialmente no Brasil, entre os indios tupinambás, sob todas as formas. Quem quisesse vêlo poderia encontrá-lo em todas as partes.

ADIRAEL - É um dos anjos caídos, servidores de Beelzebuth, segundo o livro de Abramelin, o Mago.
ADRAMELECH - Um dos anjos caídos, que em tempos pertenceu ao Coro dos Tronos. Quando é invocado em rituais de magia, diz-se que se manifesta com a forma de uma mula com penas de pavão real. Na hierarquia infernal, Adramelech é um grande chanceler da Ordem da Grande Cruz ou Mosca, fundada pelo próprio Beelzebuth.
AGARES - Um dos anjos caídos e um grão-duque na hierarquia infernal. As entidades infernais formam um reino com Satanás como rei. Os maiores demônios são príncipes, duques, marqueses, condes e chanceleres. Agares, antes da sua queda, pertenceu ao Coro das Virtudes. Quando invocado em rituais de magia, manifesta-se como um ancião montado em cima de um crocodilo. Diz-se que um dos seus poderes é o de ensinar línguas e provocar terremotos.
AGNIEL - Um dos anjos caídos, mencionados com relação à Quarta esfera da Qlipoth ou aspecto negativo da Árvore da Vida.
AHRIMAN - É o Satanás entre os persas, que segundo estes destrói o mundo.
AKIBEEL - ensinou aos homens a simbologia dos sinais;

ALASTOR- Demônio severo, executor suprem das sentenças do monarca infernal. Desempenha as funções de Nemesis. Zoroastro o denomina  O Verdugo. Orígenes diz que é  mesmo anjo Azael. Outros o confundem com o Anjo Exterminador.
ALGOL - Nome que os astrólogos árabes davam ao demônio.

ALOCER- Poderoso demônio, grão duque dos Infernos. Dizem que aparece vestido de cavaleiro sobre um cavalo enorme, com cara inflamada, soltando chispas e fala com gravidade. Ensina os segredos da astronomia e das artes liberais, dominando 36 legiões.
AMAZARAK – Se diz que ensinou aos homens como fazer feitiços com raízes.
AMEZYARAK - Também identificado com o anjo caído Semyaza, este anjo é mencionado no “Livro de Enoch” como um dos duzentos que desceram do Céu para unir-se às filhas dos homens.

AMON OU AAMON- Poderoso demônio que se apresenta sob a forma de lobo com pescoç de serpente, que lança chamas pela boca. É  mais firme dos demônios principais, sabendo o passado e o futuro e tendo sob suas ordens 40 legiões.

AMOYMON OU AMAIMON- Um dos quatro reis do nferno que governa a parte oriental. Deve ser invocado das nove às doze, e das três às seis da tarde. Asmodeu é  seu lugar-tenente e o primeiro príncipe dos seus Estados.
AMUDIEL- um dos anjos caídos.
AMY - Um dos anjos caídos, em tempos pertencente ao Coro das Potestades. Esta entidade ensina os segredos da astrologia e das artes e revelou a Salomão que ia regressar ao Céu ao fim de mil e duzentos anos.
ANANEL - Um dos anjos caídos, do Coro dos Arcanjos, que ensinaram os seres humanos a pecar.

ANABERGO-Demôni terrível entre os demônios guardiães das minas. Um dia, matou muitos operários na riquíssima mina de prata de Corona Rosária, na Alemanha. Anabergo se apresenta sob a forma de um cabrito com chifres de ouro, lançando-se contra os mineiros com impetuosidade ou sob a forma de um cavalo, soltando chamas pelas narinas. Este demônio talvez seja o espírito mais conhecido hoje em dia pelos químicos com o nome de fogo grisu.

ANABRIO- Um dos sete principais do Inferno que se apresentaram diante de Fausto. Estava transformado em um cão preto e branco, com grandes orelhas de quatro  fendas.


ARAQIEL - Outro dos nomes de Arakiel, um dos anjos caídos.


ARAXIEL- Um dos anjos caídos.

ARAZIEL - Um dos anjos que tiveram relações proibidas com as filhas dos homens.

ARAZYAL-Um dos anjos que tiveram relações proibidas com as filhas dos homens.

ARCON - Um grande anjo do Senhor no judaico-cristianismo. Entre os Gnósticos, os arcontes são entidades maléficas.




ARIEL-Um anjo do Coro das Virtudes, cujo nome é identificado pelos rabinos judeus com a cidade de Jerusalém.


Ariel é, umas vezes, considerado um anjo e, outras vezes, uma entidade infernal, mas a maior parte das autoridades judaicas consideram-no um anjo do Senhor, que trabalha com Rafael para curar doenças.


O seu nome significa «leão de Deus» e, na magia cerimonial, é visualizado com cabeça de leão. Ariel é um dos sete grandes príncipes que regem as águas da Terra.


ARIMÃ - Príncipe de uma legião de demônios, tradição persa.

ARMAROS- Um dos anjos caídos.

ARMON- Um dos anjos do Segundo Céu.
ARMERS - ensinou aos homens os segredos das porções mágicas.
ASARADEL - ensinou sobre o movimento da lua.
ASBEL- Um dos anjos caídos.

ASDEREL - Um dos anjos caídos que ensinou aos seres humanos os mistérios da Lua.

ASHMEDAI - Também identificado com Asmodeus e Ashmodai, é considerado um dos mensageiros de Deus na tradição rabínica. Invoca-se frequentemente na magia amorosa e se diz que pertenceu em tempos ao Coro dos Querubins. Na magia cerimonial, é considerado uma entidade infernal.

ASMODAY - Um dos anjos caídos, identificados com Asmeday. Diz-se que rege setenta e duas das hostes infernais e tem o poder de dar o dom da invisibilidade e também ensina matemática.
ASMODEL - Identificado com Ashmodiel, diz-se que em tempos pertenceu ao Coro dos Querubins. Agora é um dos Zéfiros negativos da Árvore da Vida e um dos demônios do castigo.
ASMODEU - Derivado da mitologia persa, Asmodeo é considerado uma entidade infernal entre os judeus. No Inferno, Asmodeo está encarregado dos casinos e outras casas de jogo. Diz-se que Asmodeu ou Asmodeo é o criador da música, da dança, do drama e patrão de todos os desenhadores franceses. Demônio hebreu, seu domínio é a ira e a luxúria.
ASTAROTH - Um grão duque nas regiões infernais, Astaroth foi em tempos membro do Coro dos Serafins, embora algumas autoridades aleguem que pertenceu ao Coro dos Tronos. Astaroth manifesta-se durante as invocações como um anjo muito belo, montado num dragão com uma serpente na mão. De acordo com o Grimoire Verum, Astaroth reside agora na América. Outro dos seus nomes é Diabolus (Diabo).

AZARADEL - Um dos anjos caídos que ensinou aos seres humanos a magia da Lua.
AZAZEL - Um dos chefes dos duzentos anjos caídos, segundo o primeiro “Livro de Enoch”. No livro “O Apocalipse”, de Abraão, Azazel é descrito como um demônio terrível com sete cabeças de serpente, catorze caras e doze asas. Antes da sua queda, pertenceu ao Coro dos Anjos.
AZAZIEL ou AZAZYEL - Anjo  que ensinou aos homens como fazer espadas, facas e armaduras. Após desafiar os  Anjos  Miguel e Gabriel, Azazyel foi amarrado e subjugado pelo Anjo  Rafael com a permissão de Javé.

AZEBEL- Demônio de segunda categoria.


AZRAEL OU AZRAIL- O anjo da morte. 



BADARIEL- Um dos anjos caídos.
BAEL - Também identificado como Baal, diz-se que é um dos demônios que rege o Leste do Inferno e que tem sob o seu comando setenta legiões infernais. Na Cabala, Baal não é um anjo caído e é frequentemente identificado com o arcanjo Rafael.
BALAM - Um dos anjos caídos e um grande rei do Inferno, com quarenta legiões infernais sob o seu comando. Antes da sua queda, Balam pertencia ao Coro dos Dominações.
BALBERITH ou BAALLBERITH - Outro anjo caído, agora é um pontífice e mestre de cerimônias no Inferno. Antes da sua queda pertenceu ao Coro dos Querubins. Diz-se que este é o demônio que registra os pactos de Satanás com os seres humanos.
BARAKEL-Também identificado com Barbiel e Barchiel, é outro dos sete grandes arcanjos e príncipe do Segundo Céu.
Diz-se que controla os relâmpagos e, juntamente com uriel e Rubiel, é invocado para ganhar ao jogo.
O seu nome significa «relâmpago de Deus» e é um dos anjos que controlam o relâmpago.





BARAQIJAL - Outro dos anjos caídos que ensina a ciência da astrologia.
BARBARATOS - Um dos anjos caídos, agora é um duque do Inferno, onde rege trinta legiões infernais. Em tempos pertenceu ao Coro dos Virtudes. Para invocá-lo em rituais de magia negra, o Sol tem de estar em Sagitário.
BARKAYAL - ensinou astrologia aos homens.
BASASAEL - Um dos anjos caídos que, em tempos, pertenceu ao Coro dos Arcanjos.
BATAREL - Um dos anjos caídos, também chamado Metarl, Betariel e Badariel.

BATSCUN BASSA- demônio que se invoca  nos povoados da Turquia para que se consiga bom tempo e chuva, segundo o caso. Torna-se propício, oferecendo-lhe torradas de pão.

BECHARD- Demônio que Clavícula de Salomão designa como rei dos ventos e das tempestades. Produz a queda de granizo, a chuva, os trovões, pelo poder de um malefício, em cuja composição entram os sapos massacrados e outros ingredientes.
BEELZEBUB - De origem assíria, é o chefe das nove hierarquias que estão abaixo da primeira, que é regida por Samael ou Satanás. Diz-se que pertenceu ao Coro dos Querubins. Entre os seus títulos, está o de Senhor das Moscas e Senhor do Caos. É o segundo, em termos de poder, no Inferno.
BEHEMOTH – Habita no deserto. Um monstro do Caos, criado por Deus no quinto dia da Criação e geralmente associado a Leviatan, que é uma entidade monstruosa feminina. Behemoth é identificado com frequência com Rahab, o anjo dos mares, e com o anjo da morte.
Bodin supõe que ele tenha personificado o faraó do tempo de Moisés. O Livro de Jó fala de sua figura monstruosa.

BEHERITO-  Demônio cujo primeiro e quase único testemunho se encontra nas atas das monjas de Loudun. Pode ser que Beherito e Berith sejam uma mesma personalidade do Inferno. E o competente Collin du Plancy parece concordar com esta opinião.
BELETH - Um anjo caído, que tem sob o seu comando oitenta e cinco legiões infernais. Diz-se que pertenceu em tempos ao Coros dos Potestades.

BELPHEGOR, BELFEGOR OU BAALFEGOR- Demônio que domina nas invenções e nos descobrimentos de maior mérito. Wierus observa que tal entidade está sempre com a boca aberta e Leloyer deduz que disto provém o seu nome, porque  phegor quer dizer cavidade ou fenda, explicando também que as oferendas e as cerimônias em sua honra eram feitas em cavernas. A magia lembra seu nome e o faz intervir nos casos de desejo de sensualidade e riqueza. Atende de preferência às invocações das mulheres e quando atende aos chamados de um homem costuma tomar a aparência de uma mulher de deslumbrante beleza e juventude.


BELIEL, BELIAL, BELIAR ou BERIAL (não confundir com Baal) - Personagem da mitologia cananita que determinava este Beliel como o adversário do povo "escolhido". Beliel é mencionado também no novo testamento como o oposto da luz, do bem e de Jesus Cristo. Do hebraico - "Bliol" (o fraco) Seria o mais importante demônio na Terra, que comandava as forças da escuridão contra os "filhos da luz" que serviam Satã. Criado junto com Lúcifer, de Beliel foi dito - rei do inferno - e comandante de 80 legiões. É o 68º espírito listado na Goetia. Um anjo caído identificado com o próprio Satanás. Na Biblía o seu nome é Beliar e é descrito como a personificação do mal por excelência. Num dos livros apócrifos, o “Evangelho Segundo S.Bartolomeu”, Belial identifica-se a si mesmo como Satanail, o anjo que se rebelou contra Deus e a quem Deus atribuiu este nome.

BELSAM-  Outro entre os demônios que pela primeira vez se revelaram nas declarações das possessas do convento de Loudun, em 1632.
BEQA - O nome original de Satanás, antes de pecar contra Deus e ser vencido por Miguel.
BESTA DO APOCALIPSE - Demônio que terá seu reino no apocalipse, assim como Belial.  Alguns acreditam que A Besta do Apocalipse e Belial irão se unir no fim dos tempos, formando assim um único ser. Possui a forma de um dragão.

BIFROUS- Nome de uma entidade infernal que concede uma extraordinária ciência em questões matemáticas e astrológicas as seus protegidos. Conhece todos os mistérios que contém o pder das ervas mágicas e as pedras precisas. Distingue-se pelo estranho capricho de transladar os mortos de um lugar para outro.

BRULEFER- Nome dado em Clavícula de Salomão ao demônio que se invoca quando se quer conduzir o amor de um homem ou de uma mulher.


BUTADIEU- Demônio citado algumas vezes nos processos franceses de bruxaria durante  século XVII.
BUSASEJAL- Um dos anjos caídos.

BYLETH- Demônio infernal de terrível condição. citado por Wierus. O exorcista que lutar contra ele precisará de muito tato e prudência para evitar suas investidas. Para dominá-lo magicamente é preciso possuir uma varinha de aveleira e com ela traçar fora do circulo evocatório um triângulo que deverá cair na parte que separa o Oriente do meio-dia. Se ele não comparecer é porque o exorcista não tem poder para vencê-lo. Quando ele se apresenta, convém recebê-lo com benevolência. Ele pode conceder ao homem poderes extraordinários sobre as coisas naturais e sobrenaturais.
                                               


CAACRINOLAAS- Demônio que se apresenta sob a forma de um cachorro enorme, provido de asas de grifo. Comanda 36 legiões infernais. Possui  o segredo do futuro e é o inspirador dos homicidas e assassinos.

CACODEMON- Assim era denominado, na Antiguidade, o anjo mau de cada pessoa.


CAIM - Um dos anjos caídos, é agora um grande presidente no Inferno, tendo sob o seu comando trinta legiões infernais. Em tempos pertenceu ao Coro dos Anjos.
CARNIVEAN - Um anjo caído, anteriormente membro do Coro dos Potestades.


CERVERO-    Cristianismo fez desta criação mitológica uma entidade infernal que figura, segundo Wierus, com o titulo de Marquês do império satânico. Aparece sob a forma de um enorme pássaro preto. Obedecem-lhe 19 legiões e consta que, no ano de 1586 fez um estrito pacto com a bruxa Maria Martin.

CHAMOS- demônio que foi reverenciado como divindade dos amonitas e moabitas, que assim denominavam o Sol.
CHOBABIEL- Um dos grandes anjos que estão na Divina Presença e um  dos regentes de Mercúrio, segundo a Cabala.

CHODAR-nome dado pelos negromânticos ao demônio Belial, dominador da parte oriental e que tem sob suas ordens os demônios causadores de fenômenos prodigiosos.

CLAUNEK-Demônio do poder e das riquezas. É quem intervém nas invocações para o achado de tesouros se o evocador estabelece um pacto com ele. Mas é preciso levar em conta o que se faz em tais circunstâncias, segundo afirmam os demonólogos, pois nunca a entrega de uma alma pode ser perdoada.

COCOTO- Demônio súcubo mencionado por Bodin em sua famosa Demonomania.

CROCELL - Um anjo caído, agora um duque das regiões infernais, onde comanda quarenta e oito legiões infernais. Antes da sua queda, era membro do Coro dos Potestades.
                                                   

DAGON- Demônio   de segunda ordem na categoria infernal. Foi uma deidade dos filisteus que o adoraram sob a forma de um busto humano continuado por uma grande cauda de peixe.

DALKIEL - Um dos príncipes infernais, regente de Sheol, assistente de Duma, o anjo da “quietude da morte”.

DANIEL- Um dos anjos do Coro dos Principados, cujo nome significa «Deus é o meu juiz».



DRESMIEL - Um anjo maléfico invocado para separar um homem da sua esposa.
DUMA - O anjo protetor do Egito, príncipe do Inferno, que tem milhares de anjos de destruição sob o seu comando. Duma também é o anjo do silêncio e da quietude da morte.
EBLIS - O Satanás dos muçulmanos, cujo nome também se escreve Iblis e significa desespero.
ERTAEL- Um dos anjos caídos.
EXAEL - Segundo Enoch, um dos anjos caídos que ensinou os homens a construir máquinas de guerra e a arte da joalharia e dos perfumes.
EZEQEEL - Um dos anjos caídos que ensinou aos homens a adivinhação pelo método das nuvens.


FLAURUS- demônio da alta hierarquia que aparece sob a forma de um leopardo. com uma horrivel cabeça humana.Conhece o passado,o futuro; é inimigo dos exorcistas e comanda 20 legiões.
FOCALOR - Um dos anjos caídos, cuja posição na hierarquia infernal é de grão-duque, com trinta legiões infernais sob o seu comando. Antes da sua queda, pertencia ao Coro dos Tronos. É a entrada obscura que afunda navios de guerra e causa a morte dos homens. Focalor espera regressar ao Céu ao fim de mil anos, segundo Salomão.
FORCAS - Um dos anjos caídos, é um grão-duque na hierarquia infernal, com vinte e nove legiões infernais sob o seu comando. Diz-se que ensina lógica, retórica e matemática, ajuda a recuperar as coisas perdidas e concede o dom da invisibilidade.

FOREAS- demônio de grande poder e prestígio pessoal.Aparece sob a forma de um homem montado a cavalo,, brandindo uma lança aguda. Conhece as virtudes das plantas, das pedras preciosas e faz com que seus protegidos tenham o dom da invisibilidade e de encontrar tesouros escondidos.
FORFAX - Grande conde nas legiões infernais, com trinta e seis legiões de espíritos obscuros sob o seu comando. Diz-se que ensina a ciência da astronomia e as artes.
FORNEUS - Marquês na hierarquia infernal, com vinte e nove legiões obscuras a seu cargo. Ensina línguas e como ser amado pelos inimigos. Antes da sua queda, pertencia ao Coro dos Tronos.


FURFUR- Conde infernal. Aparece com frequência em forma de anjo e os demonólogos afirmam que lhe agrada manter em harmonia os casamentos colocados sob sua proteção.
                                                 

GAAP - Um grande príncipe do Inferno, com sessenta e seis legiões infernais a seu cargo. Antes da sua queda, pertencia ao Coro dos Potestades.
GADREEL - O seu nome significa “Deus é o meu ajudante” e é frequentemente confundido com Gabriel. Este é um anjo caído e um dos colaboradores de Satanás durante a rebelião doa anjos. Segundo Enoch, foi ele e não Satanás quem tentou Eva na forma de serpente. Também se diz que ele ensinou os anjos sobre a morte e como usar uma espada para ferir outro Anjo. 

GAMYGYN-demônio de condição e hierarquia importantes. Acode com facilidade às evocações e igualmente se dobra ao mando do exorcista.Sua especialidade é a de fazer aparecer  diante do evocador as almas dos afogados e as que estão em certos círculos do purgatório. Comanda 30 legiões.

GAZIEL- demônio que guarda os tesouros escndidos e que os transprta de um lugar para o outro, quando correm o risco de serem descobertos. Assusta a quem o atrapalha, com formidáveis estrondos de sinos invisíveis e possui a faculdade de fazer que os mortos revivam por curtos espaços de tempo.

GOAP- Rei dos demônios do meio-dia. Pode-se  invocá-lo  nas horas que transcorrem desde as três até o meio-dia e das 21h até a meia-noite.
GOLAB - O seu nome significa “incendiários”, inimigos acérrimos dos Serafins, contra os quais lutam continuamente. Golab também é o nome de umas das séfiras maléficas do oposto da Árvore da Vida.

GOMORY-Poderoso demônio do inferno, que aparece sob a forma de mulher tendo na cabeça uma coroa ducal. Conhece todos os mistérios do passado e do futuro e o modo de apoderar-se de riquezas escondidas e encantadas. Comanda 27 legiões.
GURSON - Anjo caído, agora estabelecido no Inferno como Rei do Sul.


GUSOYN- Demônio de grande poder, que pode ser evocado para descobrir tudo  que se refere a coisas passadas, presentes e futuras. Tem sob suas ordens 45 legiões de diabos e é preciso muita precaução ao evocá-lo, pois ao menor descuido provocará a morte de quem o chama.


HAAGENTI- Grande presidente dos infernos. Aparece sob a forma de um touro e as vezes, de um dragão pavoroso. Sob sua direção, o mago chegará a conhecer os maiores segredos do hermetismo e da goécia e o processo mais seguro para converter qualquer coisa no ouro mais puro. O pacto com ele é quase irremissível. Comanda 36 legiões.

HABORYM- Demônio dos incêndios. Aparece sob a forma de um homem, montado em uma serpente de três cabeças: uma de réptil, outra humana e uma de gato.Traz na mão uma tocha inextinguível com a  qual faz arder até as pedras. Comanda 26 legiões.




HAKAEL - Anjo caído conhecido como o sétimo Satanás.


HALPHAS- Grande personagem dos Infernos muito hábil em promover discórdias, o furor, os ódios, os motins e as guerras.É muito difícil de ser evocado, pois prefere trabalhar por conta própria. Comanda 26 legiões.
HANANEL-Um dos anjos caídos.
HEMAH – Anjo caído ou anjo rebelde morto? Um dos anjos da ira e da destruição e aquele que rege a morte dos animais domésticos. Diz-se que a altura de Hemah é de quinhentos parasangs ou mais de mil e setenta milhas, e que foi criado a partir de correntes de fogo vermelho e preto. Segundo o Zohar, Hemah tentou uma vez engolir Moisés, mas Deus interveio e salvou-o. Quando Hemah vomitou Moisés, este matou-o, algo que vai contra todas as religiões e crenças, que acreditam que os anjos são imortais, como já visto na nossa pesquisa sobre o assunto.

HURMIN - Outro dos nomes de Satanás.



IBLIS - O Senhor do inferno na tradição muçulmana.
IACHADIEL- Um dos anjos regentes da Lua .
IADALBOATH- Segundo a Cabala hebraica, é Demiurgos que ocupa o segundo lugar abaixa de Deus.
Entre os fenícios, Iadalboath era um dos sete Elohims ou anjos criadores do Universo. Segundo o filósofo Origen, este é o segundo nome de Miguel.
Para os gnósticos, que negavam tudo o que era hebreu, este era o primeiro arconte ou espírito obscuro.
IAHEEL- Um dos setenta e dois anjos da Shemhamfora e regente doS  filósofos que desejam alhear-se do mundo real.
ICIRIEL-  Um dos regentes das vinte e oito mansões da Lua.
IDRAEL- Um dos guardiões do Quinto Céu.
IEHUIAH- Um dos setenta e dois anjos da Shemhamfora e protetor dos príncipes da Terra..
Pertence ao Coro dos Tronos.
IEIAIEL-  O anjo que rege o futuro juntamente com Teiaiel.
Também é um dos setenta e dois anjos da Shemhofora.
IELAIAH- O anjo que se invoca em casos de justiça, já que controla os juízes e magistrados.
Também é um dos setenta e dois anjos da Shemhamfora.




IMAMIAH - Em tempos, um dos setenta e dois anjos da Shemhamfora, agora é um dos anjos caídos.
ITGAL- O anjo do afeto, que se invoca quando há discussões entre pessoas, para trazer a paz entre elas.
IZRAEL- Segundo os muçulmanos, um dos anjos da Ressurreição. Os outros são Gabriel, Miguel e Israfel. De acordo com a lenda muçulmana, a trombeta do Juizo Final vai ser tocada três vezes com um intervalo de quarenta anos entre os toques. Ao terceiro toque tem a Ressurreição dos Mortos.




JEGON - Um dos principais anjos rebeldes, que tentou os outros anjos para que pecassem.
JAEL- Um dos dois querubins esculpidos que guardam o Cadeirão-Andor da Compaixão na Arca da Aliança.
O outro chama-se Zarall.
Jael também é um dos nomes de um dos regentes da Balança.
JEHOEL-Frequentemente identificado com Metraton e Kemuel, é um dos regentes do Coro dos Serafins e o anjo principal da Balança.
JEHUDIAN- O anjo que guarda as setenta chaves de todos os tesouros do Criador.
JEHUDIEL- Um dos anjos que regem o movimento das esferas, um dos trabalhos de Metraton.  Algumas autoridades incluem-no entre os sete príncipes da Divina Presença.
JELIEL- Um dos serafins, cujo nome está inscrito na Árvore da Vida, e que se diz reger a Turquia. Também é ele que assegura a fidelidade de um cônjuge e desperta a paixão entre homens e mulheres.
JEREMIEL- Um dos nomes de Uriel e de Remiel. O seu nome significa compaixão de Deus e é um dos sete príncipes da Divina Presença.
Pertence ao Coro dos Arcanjos.
JESODOTH- O anjo que transmite o conhecimento e a sabedoria de Deus aos seres humanos.
JETREL- Um dos duzentos guardiães tentados pelos anjos rebeldes.
JOHIEL- Um dos anjos do Paraíso.
JOTH- Um dos nomes secretos de Deus, recebido por Jacó na noite em que lutou com o anjo do Senhor.














KARABEL - Também identificado como Koshbiel, o seu nome significa estrela de Deus. Este é um dos príncipes regentes das estrelas e constelações. Segundo o “Livro do Anjo Raziel”, é um anjo sagrado, mas segundo Enoch é um dos anjos caídos.
KASBEEL - O seu nome significa “aquele que engana Deus” e é o anjo rebelde vencido por Miguel e que depois Deus chamou Satanail ou Satanás.
KASDAYA - Um dos principais anjos caídos.
KASYADE - ensinou aos homens sobre os espíritos.
KESABEL – Foi ele o primeiro a incentivar os anjos a terem relações sexuais com os seres humanos.
LEHAHIAH - Um dos setenta e dois anjos do Shemhamfora.

LEVIATÃ - Príncipe dos demônios, seu domínio é a heresia. 
LÚCIFER - Este nome significa “o que dá a Luz”, e é incorretamente atribuído a Satanás. Isto deve-se a uma passagem no "Livro de Isaías", onde o profeta menciona Lúcifer como um anjo caído e o filho da manhã. Nessa descrição, Isaías estava a referir-se ao rei Nabucodonosor, segundo autoridades rabínicas. Na realidade, o nome refere-se à estrela do amanhecer ou do entardecer, que se relaciona com Vénus. No Cristianismo, Lúcifer e Satanás são a mesma entidade, devido à identificação feita por alguns padres da Igreja, como S. Jerônimo. Também conhecido como “O rei do inferno”, ex-arcanjo de Deus, líder da rebelião dos anjos contra o domínio único de Deus.


MAIMON- Chefe da nona hierarquia de demônios e capitão de todos os que se distinguem como tentadores, insidiosos e preparadores de emboscadas onde existia a boa fé dos seres humanos. Giram em torno das pessoas boas, tentando  anular as boas inspirações que as guiam.


MALFAS-  Grande presidente da corte infernal que costuma se apresentar sob a forma de um corvo. Se aparece com a forma humana, sua voz tem um timbre particular e muito desagradável. Favorece as empresas militares e essa é sua especialidade. Comanda 40 legiões.



MAMMON - Um dos anjos caídos e uma das entidades mais poderosas na hierarquia infernal. O seu nome significa riquezas, que ele rege, induzindo à avareza e a todos os tipos de tentações. Às vezes é identificado com Belzebuth, Lúcifer e Satanás. Diz-se que é o regente de Inglaterra.
MARA - É a identidade que o Budismo identifica com Satanás.


MARBAS- Grande presidente infernal. Aparece sob a forma de um leão furioso. Quando está frente a frente com o exorcista toma a forma humana. Descobre as coisas ocultas,envia doenças, inspira o saber das artes mecânicas e metamorfoseia o homem de vários modos. Comanda 36 legiões.
MARCHOSIAS - Um anjo caído que preside no Inferno como marquês. Pertencia anteriormente ao Coro dos Dominações.

MARTHYM- Duque dos Infernos que aparece sob a forma humana, muito robusta e com longa cauda. Conhece as virtudes misteriosas das pedras e das plantas. Tem ainda  poder de transportar seus protegidos a distâncias enormes com a rapidez de um raio. Comanda 36 legiões.

MASHITH - Uma entidade infernal encarregada de castigar no Inferno os que cometem assassinatos, incesto e idolatrias. O seu nome significa destruidor e uma das suas missões é levar a cabo a morte das crianças.

MEFISTÓFELES - Um arcanjo caído e um dos sete poderes infernais. Antes da sua queda era um dos assistentes do anjo Sadkiel e um dos regentes do planeta Júpiter. Na obra Fausto de Goethe, é Mefistófeles quem atua como embaixador de Satanás e firma um pacto satânico com Fausto.

MINOSON- Demônio que desperta a ganância em todos os tipos de jogos. Depende  de Hael, personagem de influência muito grande nos antros infernais.

MORAX- Conde e capitão dos Infernos, que aparece sob a forma de touro negro e vermelho. Revela ao homem os mistérios da astronomia e de todas as artes liberais. Também costuma tomar a forma humana. Comanda 36 legiões.

MURMUR- Grande duque e conde infernal, demônio da música. Aparece sob a forma de um homem armado, cavalgando um abutre e acompanhado por uma multidão de trombetas. Os sons das cornetas e clarins o precedem.
                                              


NABERUS - marquês infernal, marechal de campo e inspetor geral dos exércitos diabólicos. Aparece sob a forma de um corvo. Favorece a eloquência e inspira tudo  que se relaciona as artes liberais. Exerce comando sobre a necromancia. Ensina as virtudes mágicas de animais, plantas e metais, Revela o futuro e tem  19 legiões sob seu comando.

NELCHAEL - Um anjo caído, em tempos um dos setenta e dois anjos da Shemhamfora.
NERGAL - Poderoso demônio sumeriano. Na tradição cristã assumiu o comando de policiamento.
OLIVIER - Um dos anjos caídos, em tempos pertencente ao Coro dos Arcanjos.


ORAY-- Grande marques da corte infernal que se apresenta sob a forma de um arqueiro. Sua faculdade é a de animar os combates, aumentando sua mortalidade. Comanda 30 legiões.

ORIAS - Demônio  dos astrólogos e adivinhos. Possui categoria de marques dos Infernos.Apresenta-se sob a forma de um leão furioso posto sobre um cavalo que tem uma serpente enrolada no pescoço. Revela s segredos da Astrologia. Manda em 30 legiões.

OROBAS- Grande  príncipe dos infernos. Aparece sob a forma de cavalo e de homem. Responde sobre as coisas ignoradas do passado, do presente e do futuro. Concede dignidades e empregos. É, por exceção, um demônio inimiigo da mentira. Comanda 20 legiões.

OUZA - Também chamado de Uzza.


OTIS- Grande presidente dos infernos que se apresenta sob a forma terrível de uma víbora. Se toma a forma humana, aparece com chifres enormes e com uma grande faca na mão. Comanda 60 legiões.

OZE- Grande presidente dos infernos. Toma  aspecto de um homem e também de leopardo.Faz com que seus adeptos seja, felizes nas artes liberais. Responde a todas as perguntas de caráter divino e abstrata. Metamorfoseia o ser humano e transtorna o seu juízo fazendo-o delirar grandezas. A denominação mágica de Oze dura somente uma hora cada dia.
PAIMON - Um anjo caído, que antes da sua queda pertenceu ao Coro dos Dominações. Na hierarquia infernal é um grande rei, com duzentas legiões de espíritos infernais sob o seu comando.Aparece sob a forma de um homem gigantesco montado num dromedário, com  rosto feminino levando na cabeça uma coroa de pedrarias.
PAZUZU -

PENEMUE ou PENEME- Ensinou aos homens como mentir. Também diz-se que ensinou os seres humanos a escrever com papel e tinta.
PERRIER - Um anjo caído, em tempos membro do Coro dos Principados.

PUCEL- Poderoso grão-duque do Inferno que aparece sob a forma de um anjo de cor sombria. Competem-lhe todas as coisas referentes às ciências cultas, à geometria e às artes liberais. Comanda 40 legiões.
RABDOS - Um poderoso anjo caído que pode deter o curso das estrelas.
RAHAB - anjo das profundezas do mar, identificado como um anjo caído.
RAMEL- Também descrito como Ramael, frequentemente identificado com Uriel.
É o anjo que concede visões verdadeiras e é um dos regentes do trono de Deus. Uma das suas missões é levar as almas até ao trono de Deus no dia do Juízo Final para serem julgadas.

RIMMON- Demônio de categoria inferior. Atribuíam-lhe o poder de curar a lepra e sem dúvida é uma das tantas deidades do paganismo que a Igreja transformou em demônio.

ROFOCALE - Também conhecido como Lucifuge Rofocale, é uma das mais poderosas entidades infernais, onde atua como primeiro-ministro. Tem controle sobre todos os tesouros e riquezas do mundo.


ROUWE- Marques e conde infernal, que aparece sob uma forma monstruosa. Concede aos seus adeptos o conhecimento das línguas. Comanda 19 legiões.



SABUAC- Grande marques infernal que aparece sob a forma de um soldado com a cabeça de leão, armado completamente e montado num cavalo de aspecto repugnante. Transforma heróis em pedras.Constrói torres altíssimas e fortes uros num instante. Comanda 50 legiões.

SALAMIEL - membro dos grigori ou guardiães, que é identificado com frequência com Satanail.

SAMAEL ou CAMAEL – É um anjo de muitas lendas e controvérsias. É definitivamente o anjo de Marte e regente de Carneiro. Rege a violência e a destruição e tem aspectos positivos e negativos. No seu aspecto negativo mais feroz identifica-se com Satanás, mas esta é uma identificação errônea, já que Samael e Satanás são duas entidades distintas. Uma das tradições rabínicas diz que é o anjo que preside ao Quinto Céu, enquanto que outras alegam que é o chefe de todos os demônios e anjo da morte. Na Cabala, como Camael, é o anjo benéfico da quinta séfira, Geburah, que simboliza a severidade. Como Samael, é o anjo maléfico que reside na décima esfera do lado oposto e maligno da Árvore da Vida e consorte da infernal Lilith. Outras fontes dizem que é um dos sete regentes da Terra com mais de dois milhões de anjos sob o seu comando. Samael é, sem dúvida, um dos anjos mais mal compreendidos e vilificados devido à sua ira, a violência, a guerra e a morte.

SAMEVEEL ou SAMSAVEEL- Um dos anjos caídos.



SAMYAZA -  Líder do Pacto do monte Armon ou Monte Hermon. Possui sobre seu domínio mais de 200 sentinelas. Ensinou todo o tipo sortilégios aos homens.

SARAKNYAL-  Um dos príncipes do Coro dos Anjos que oficiam durante os Conselhos Celestiais, Também é um dos regentes de Carneiro.
SARTAEL - Um anjo caído que está encarregado das coisas escondidas.

SATANAIL - O nome que Deus deu ao grande anjo Beqa, depois da sua rebelião. Mais tarde, Satanail passou a ser conhecido como Satanás.

SATANÁS - O principal anjo caído, que dirigiu os outros anjos contra Deus e suas Hostes Celestiais. O seu nome significa adversário. Também é conhecido como o príncipe dos poderes do ar. No princípio, antes da sua queda, Satanás pertenceu a quatro dos Coros Angelicais e foi regente dos Serafins, dos Querubins, dos Potestades e dos Arcanjos. Também se diz que foi príncipe regente do Coro dos Virtudes. Gregório, o Grande, descreveu-o como um grande anjo, que se cobria com a luz dos outros anjos, que usava como vestimenta, e a quem superava na sua glória e sabedoria. A sua identificação com Lúcifer é incorreta, já que são duas entidades distintas. Segundo a Cabala e S. Jerônimo, chegará um dia em que Satanás se vai arrepender dos seus pecados e vai ser reintegrado na sua antiga glória. Diz-se que é um grande tentador e pai da mentira.

Sathariel - anjo que rege uma das esferas maléficas do oposto da Árvore da Vida, obscurecendo a quarta séfira, Chesed, que é a compaixão. O seu nome significa “esconder a Deus”.

SCOX- Duque e grande marques infernal que aparece sob a forma de uma cegonha. Dedica-se a fazer com que desapareçam das casas o dinheiro e outras coisas de valor.

SEMIHAZAH ou SEMYAZA - O chefe dos duzentos anjos caídos, pertencentes aos grigori. Diz-se que está suspenso entre a Terra e o Céu e forma a constelação de Orion.

SHAFTIEL - Um dos principais regentes do Inferno, de onde governa a sombra da morte. Diz-se que reside na terceira loja, das sete divisões infernais.

SHAITAN - Uma entidade infernal entre os muçulmanos.



SORATH - Uma entidade infernal, que rege o 666, o número da Grande Besta, segundo o Apocalipse.

SUCOR BENOTH- Demônio chefe dos eunucos de Belzebu.



TAP- Grande presidente dos antros infernais. Aparece sob a forma humana. Goza de grande prestígio entre os necromânticos e protege as obras mais tenebrosas da magia, Comanda 60 legiões.


TAMIEL - ensinou astronomia aos homens. Seu nome significa “perfeição de Deus”. Diz-se também que rege as profundezas do mar.

THAMUR- Demônio de segunda ordem, cujo domínio é  fogo, dentro do qual mora.Os bruxos o invocam para toda a obra de ódio, destruição e de morte.



TUMAEL- um dos duzentos anjos caídos.



TUREL- um dos anjos caídos.










UKO- Demônio de classe inferior que sempre aparece rodeado de chamas. Os demonólogos afirmam que seu poder e importância infernal são pouco importantes.

UPHIR-Demônio muito competente em toda coisa que necessite de algum composto quimico. Os bruxos médicos se consultam com ele.
USIEL - Segundo a Cabala, é um dos anjos caídos, pertencente à quinta esfera maléfica que está no lado oposto da Árvore da Vida. Mas o “Livro do Anjo Raziel” descreve Usiel como um dos sete anjos que estão diante do trono de Deus e um dos nove que regem os quatro ventos.

URIEL- Uriel é um dos príncipes regentes dos Serafins e dos Querubins e é um dos anjos regentes do Sol. Também é um dos príncipes da Divina Presença e o anjo da salvação. O seu nome significa «fogo de Deus».
Uriel é o anjo que protege do trovão e do terror e rege os tremores de terra, os cataclismos e as explosões vulcãnicas. Diz-se que Deus o enviou a Noé para avisá-lo do Dilúvio Universal. O poeta Miltobra Paraíso Perdido, dizia que Uriel é o anjo com visão mais aguçada, o que melhor vê o futuro e a quem nada se esconde.
Pensa-se que o nome Uriel deriva do nome do profeta Uriah. O seu símbolo é uma mão que sustenta uma chama. Francis Barrett, na sua obra O Mago, diz que Uriel foi quem ensinou os mistérios da alquimia e da Cabala ao ser humano.
O primeiro «Livro de Enoch» relata como o patriarca foi levado pelos anjos do Senhor através dos Sete Céus. Durante o seu trajecto, viu um local caótico e terrível, onde não havia céu nem terra. Ali pode distinguir sete anjos ou estrelas que estavam amarrados todos juntos, enormes como montanhas e que se queimavam num grande fogo. Quando o patriarca pequal tinha sido o seu pecado e porque razão tinham sido lançados ao fogo, Uriel, que era o seu guia nesta parte do trajecto, disse que o seu pecado tinha sido violar os mandamentos de Deus e que ficariam neste local, a purificar-se dos seus pecados durante dez milhões de anos, que era o número dos seus pecados.
No segundo «Livro de Esdras», Uriel é descrito como interprete da visão deste profeta. No quinto capítulo do livro, Esdras censura Deus, perguntando porque motivo Ele castiga Israel e defende os seus inimigos. Uriel, que caminha com Esdras, diz-lhe que lhe vai revelar as razões de Deus para permitir isso, mas só se Esdras conseguir passar pelo fogo, medir o vento e trazer novamente o dia anterior. Quando Esdras se queixa de que o que o anjo pede é impossível, Uriel diz-lhe quese conhecendo o fogo, o vento e os dias não os consegue compreender, como que ele compreender os desígnios de Deus, a quem não conhece. Corado, Esdras prosta-se aos pés de Uriel e pede-lhe o perdão pelas suas palavras.
Apesar do seu trabalho como guia paciente e instrutor de patriarcas, Uriel tem a capacidade de ser terrivelmente severo nos castigos que dá aos que ofendem o Criador. No «Apocalipse» de S.João, Uriel castiga os que blasfemam contra Deus, suspendendo-os pela língua de um fogo inextinguivel.
Uriel é o regente de Setembro e pode ser invocado especialmente pelos nascidos nesse mês, a quem protege de forma notável. Também é o regente do signo Aquário e os quartzos brancos são-lhe oferecidos para multiplicar o seu poder.

URIZEN- De acordo com William Blake, este é um dos anjos regentes de Inglaterra. O outro é Orc. Urizen rege o raciocínio.


UVALL - Um dos anjos caídos, pertencente em tempos ao Coro dos Potestades. Agora diz-se que é um grão duque na hierarquia infernal, com trinta e sete legiões infernais sob o seu comando. Invoca-se para conseguir o amor de uma pessoa.
UZZA - Um dos anjos regentes do Egito juntamente com Rahab. É um dos anjos caídos, identificado com Semyaza.

UZZIEL-  Identificado como Usiel, o seu nome significa  poder de Deus. É um dos anjos principais na tradição rabínica, segundo a qual pertence ao Coro das Virtudes e dos Querubins. É também u dos príncipes da Compaixão relacionada com Merkabah, sob o comando de Metraton.





VALAFAR- Poderoso grão-duque infernal que se apresenta sob a forma de anjo. Conhece os mistérios do passado e do futuro, infundindo coragem no ser humano. Comanda 36 legiões.



VALL OU WALL- Poderoso duque infernal que se apresenta sob a forma de um espantoso dromedário e também de homem furioso.Conhece os segredos do passado e do futuro. Comanda 30 legiões.



VAPULA- Poderoso duque infernal, que aparece sob a forma de um leão com asas de grifo. Manda em 36 legiões de demônios. É o demônio que aconselha o ser humano amante das investigações científicas.



VASSAGO - Uma das entidades que se invocam em rituais de alta magia, geralmente segredos das mulheres. A sua identidade é dual e algumas autoridades descrevem-no como um anjo caído que se especializou em revelar o futuro e encontrar coisas perdidas.

VEPAR- Temível duque infernal, que aparece sob a terrível forma de sereia. Causa feridas terríveis nas pessoas  que somente se curam com a eficácia dos exorcismos. Comanda 29 legiões.

VERDELET- Demônio de segunda categoria que preside as cerimônias infernais das reuniões ds bruxos franceses. Também conhecido pelos nomes de  SOLIBOIS, VERT-SOLI, SAUTE-BUISSON E MAITRE PERSIL.


VOLAC- Grande presidente dos infernos que aparece sob a foma de uma criança com asas de anjo, montada em um dragão de duas cabeças. Comanda 30 legiões.

                                           

XAPHAN - Um dos anjos rebeldes, aquele que se diz que sugeriu a Satanás pegar fogo ao Céu durante a Grande Batalha Angelical. Antes que este plano nefasto pudesse ser realizado, os anjos rebeldes foram lançados ao abismo sem fim por Miguel e pelas suas Hostes Celestiais. Agora se diz que Xaphan está encarregado de conservar as chamas do Inferno.



XERBETH- Demônio investigador dos prodígios imaginários, dos contos maravilhosos e das mentiras supersticiosas.





YEKUN – Yekun significa Rebelde, ele foi o primeiro anjo a seduzir a desencaminhar os anjos. De enorme inteligência, ensinou aos homens a linguagem dos sinais, a ler e a escrever com tinta.

YOMIEL ou  YOMYAEL- um dos principes do Sétimo Céu.



ZAEBOS- Grande conde infernal. Apresenta-se sob a forma de um guerreiro montado em um crocodilo. Atende com presteza  evocador, obedecendo as suas ordens com muita solicitude.

ZAGIEL - Um anjo caído, anteriormente do Coro dos Arcanjos.

ZEQIEL ou ZIKIEL -o anjo dos relâmpagos e dos cometas.

ZEPAR- Grande duque infernal que aparece sob  a forma de um imponente guerreiro. Fomenta nos humanos toda espécie  de paixões. Comanda 28 legiões.
            





FONTE:
DICIONÁRIO DE  OCULTISMO
PLANETA.  ESPECIAL...EDITORA TRÊS. LTDA.. 1977


            C H E V E S Q U E

Pássaro noturno que Torquemada atribui o constante desejo de entrar nas casas onde existam crianças para chupar-lhes o sangue. Daí procede a denominação de chevesques que os demonógrafos deram aos bruxos aos quais era atribuída a inclinação para beber o sangue das criaturas que raptavam.
Collin de Pancy encontra nos chevesques a ideia original da crença nos vampiros. Mas, na Boêmia, o vampirismo é uma coisa antiquíssima e nisto só podemos ver uma coincidência de opiniões.

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ALGUMAS  VÍTIMAS DA FOGUEIRA- PARTE I

BERANDA.... bruxa queimada em Maubre, na França, no e 1577. O suplício desta histérica ocasionou outra vítima da maneira mais lastimosa. Quando ia em direção à fogueira fixou o ar numa senhora e disse-lhe em voz alta:
-"Não te recordas da última vez que estivemos no sabá, quando levavas o jarro de veneno?"
O medo de ser considerada também uma bruxa fez com que ficasse muda. Isto foi julgado como sendo uma prova indubitável de sua culpa.


  BASILIUS.... existiu em Roma, nos tempos de São Gregório, um senador com este nome, assassino e bruxo que tomou o hábito religioso para escapar da pena de morte que merecia por causa de seus feitiços. Mas finalmente foi levado a fogueira, em companhia de um outro patrício chamado Pretextatus.

MAGDALENA BAVAN.....famosa bruxa do século XVII, que fez declarações notáveis a propósito dos costumes sabáticos, durante o processo dos fenômenos de possessão, acontecidos no convento das monjas de Louviers. Magdalena era companheira de tal comunidade. Contou que certa vez, estando em Rouen, na casa de uma costureira, foi iniciada nos mistérios da arte infernal por um bruxo que a levou às reuniões do sabá. Ali se casou com o diabo Dagon e elevada à dignidade de princesa do sabá, quando prometeu que enfeitiçaria toda a comunidade. Usando formas sagradas, compôs diversos malefícios. Depois, deu à luz quatro crianças, que assassinou com as próprias mãos, durante uma missa negra. Contou que, mais de uma vez, chegou a comer carne de recém nascidos e outros horrores característicos de alienação mental.
Magdalena Bavan foi julgada e condenada à fogueira em 1647.


JOANA BELLOC......célebre bruxa do país de Labour submetida a interrogatório por Pierre Delancre durante o reinado de Henrique IV, da França. Em suas confissões fez uma curiosíssima e detalhada descrição das demoníacas cerimônias do sabá.
Foi executada em uma fogueira.

BENEDITO  BERNA....bruxo octogenário citado por Bodin e outros autores, que confessou seus tratos com um demônio-fêmea chamado Hermelina, durante os segundos 40 anos de sua vida, e uma grande série de crimes repugnantes, talvez tão imaginários como a pessoa da diaba, como o sacrifício de várias crianças para chupar-lhes o sangue. Morreu na fogueira.
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            EXORCISMOS  NO  VATICANO

PADRE GABRIELE AMORTH=  Todos o conhecem como O Exorcista‘. Muitos estão chamando pela sua assistência. Mas o Padre Gabriele Amorth, um sacerdote paulino nascido em Modena, com uma licenciatura em Direito, ex-partizan, uma medalha de valor militar, um democrata cristão da escola Dossettiana e ex-editor do jornal mariano Maria Mãe de Deus, é o mais famoso exorcista e libertador do domínio do diabo no mundo, que aos 85 anos já se faz sentir em sua saúde os 70 mil casos de exorcismo. Ele afirma que existem muitos clérigos ligados ao Demônio dentro do Vaticano.
-" Pode apostar. Pode apostar que o diabo mora dentro da Santa Sá!"
Existe um livro..." E o Vento Levou no Vaticano" ( Via col vento in Vaticano- Kaos Edições), que fala sobre as lutas pelo poder na Cúria do Vaticano e na existência da " fumaça de Satanás".

O exorcista-chefe da Igreja Católica, o padre Gabriele Amorth, disse a um jornal italiano (La Repubblica) que “o Diabo reside no Vaticano” e que clérigos estariam “ligados” a ele.
CIDADE DO VATICANO, Itália:  Belzebu, Azazel, Zago, Satanás, Astarot, Semsaja, Satã, Asmodeus, Jordan, Diabo, Demônio, etc… Quantos são os nomes e as transformações do Maligno?
A sala está vazia de mistério. A atmosfera é fria, mas o Padre Gabriele Amorth (foto à esquerda), um exorcista da igreja com “E” maiúsculo, com  mais de 70 mil casos de exorcismos tratados em 25 anos, têm um sorriso seráfico. Ele esta habituado com portas que se fecham sozinhas, cadeiras que andam, olhos se revirando, maldições e blasfêmias voando. Mas falar do diabo na casa do Papa provoca calafrios no mesmo ainda que o padre exorcista não esteja frente a frente com o seu “Adversário”. E o Santo Padre?  “Oh, Sua Santidade, o Papa, acredita na íntegra na prática da libertação do mal“.
Mas porque o diabo se abriga no Vaticano e há confidências de pessoas que confirmam isso. É claro que é difícil de se encontrar a evidência. E, de qualquer forma, de se ver as conseqüências.

Há Cardeais que não acreditam em Cristo, e bispos relacionados com o demônioQuando se fala sobre a “fumaça de Satanás” nos quartos “santos” (do Vaticano) é tudo verdadeVeja estas últimas histórias de violência e pedofilia.
Mesmo a história do pobre Guarda Suíço do Vaticano, Cedric Tornay, que foi encontrado morto com seu comandante, Alois Estermann e sua esposa. Eles cobriram tudo. Imediatamente. Nós não vemos (queremos ver) a podridão.
O padre Gabriele Amorth está apenas se recuperando de “um colapso repentino”, diz ele. “É algo inexplicável”, confidencialmente revela o amigo Don Francesco, com 90 anos, que Don Gabriele Amorth considera como “a vara de apoio na minha idade.” Apesar de pijama, cercado por remédios sobre a mesa, com imagens da Virgem, uma cópia do Avvenire que menciona seu novo livro lançado em uma livraria recentemente (“Memórias de um Exorcista”, entrevista com Marco Tosatti, publicada pela Piemme), o Padre desafiante de Satanás mostra um olhar forte.
quem é o “diabo”?
Ele é puro espírito, invisível. Mas se manifesta pela dor em pessoas de quem ele se apodera. Pode permanecer escondido. Elas falam línguas diferentes. Se transformam. Ou ficam simpáticos  Ele às vezes brinca comigo. Mas eu sou um homem feliz com o meu trabalho, um encontro inesperado aconteceu há 25 anos pelo cardeal Poletti. E ele nem o possuiu,  às vezes seis ou sete de meus assistentes devem agir firme, e tomar cuidado com pedaços de vidro que vêm da boca do possuído, com as suas unhas, e eu mantenho neste saco, eu tenho medo. Eu sei que é o Senhor que me utiliza“.

O Demônio pode se manifestar com violência. O quarto escolhido atualmente para sua residência – o Padre Gabriele Amorth já residiu em 23 locais diferentes, pois ele é perseguido em todos os lugares, e porque os irmãos estavam cansados de ouvir gritos até altas horas da noite, até que ele encontrou uma morada permanente na sede das edições San Paolo.
No quarto onde se faz o exorcismo há uma cama com cordas para se amarrar o possuído. E uma cadeira para pessoas que não gritam, e ficam calmamente sentadas durante as orações de exorcismo. “Dos lábios de um possuído pelo Demônio pode saltar fora de tudo – diz ele – desde pedaços de ferro, de vez em quando um dedo, mas também pétalas de rosa. Alguns têm demonstrado tamanha força física que até mesmo seis homens não são capazes de detê-los.

Então atadas e meus assistentes laicos me ajudam a colocar as cordas e que rezam comigo. Quando um possuído começa babar, então você tem que limpa-lo, eu também faço isso. Para mim ver pessoas vomitando não causa nenhum problema. Sobre a prática de exorcismo dentro da Igreja, há pontos de vista diferentes. Há desconfiança, resistência, dúvidas. “Mas o Papa acredita na sua eficácia – diz o padre Amorth – tanto que, em um discurso público ele incentivou e elogiou o nosso trabalho. Eu escrevi para ele, e ele me prometeu que ele iria pedir a Congregação para Culto Divino um documento para recomendar que os bispos tenham pelo menos um exorcista em cada diocese, no mínimo.
Eu tinha que falar com ele (então Cardeal Joseph Ratzinger) várias vezes quando ele foi prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (n.T. A organização da igreja que antigamente comandava a Inquisição), assim como o recebemos muitas vezes na Associação dos Exorcistas. E não vamos nos esquecer que ser do diabo é fugir das práticas para afastá-lo, ele falou muito de Wojtyla mesmo (Papa João Paulo II) .”
Eu até ainda me lembro da declaração feita em 1972 pelo Papa Montini, o Papa Paulo VI, quando ele falou da “fumaça de Satanás”, ou seja das seitas satânicas, que estavam adentrando (n.t. o Vaticano, isso já há 41 anos passados) as salas dos santos. Uma frase que criou um escândalo, seguido por um novo discurso papal todo focado no diabo”. Mas o diabo também pode afetar o Pontífice, o Papa?  “Nós já experimentamos isso. Ele fez isso em 1981, com o “ataque contra João Paulo II, o demônio trabalhando com quem armou a mão de Ali Agca (O atirador turco). E mesmo agora, na véspera de Natal de 2009, com essa mulher louca que se atirou e jogou no chão o Papa Bento XVI“.
Afinal de contas, é o que aconteceu a Jesus Cristo através de Judas, Pôncio Pilatos, o Sinédrio judaico“. O Padre Amorth se torna grave. Refletindo em silêncio por alguns segundos, ele levanta a cabeça e diz gravemente:
Os bispos não falam por medo da crítica dos outros bispos. E sim que nesta questão as Sagradas Escrituras são os comandos mais sagrados porque os mandamentos de Jesus Cristo parecem ser muito claros: “Ide pregar o Evangelho, expulsai os demônios.” Na minha opinião, quando um bispo não menciona o exorcismo ele  “comete um pecado mortal.” 
Há muitos santos que, sem serem investidos, eram conhecidos como libertadores do diabo. São Bento, que era um monge. Santa Catarina de Siena, de quem se contam feitos milagrosos. Padre Pio, que segundo seus fiéis livrava pessoas da “influência do diabo. Dom Bosco também ocasionalmente expulsava.
“Eu trabalho sete dias por semana, incluindo Natal e Páscoa – diz o padre Gabriele – e eu não posso fisicamente funcionar em todos os lugares de onde me chamam. Então eu explico a todos que mesmo os leigos podem operar exorcismos com sucesso. Está escrito em Marcos, XVI, 17: “Aqueles que acreditam em mim expulsarão os demônios.” Existem fórmulas oficiais. Você pode dizer, “Satanás, saia.” Mas há também muita liberdade com orações simples: o próprio Pai Nosso – que já contém um exorcismo: e livra-nos do mal” – a “Ave Maria, a Salve Regina, o Credo. Então eu recomendo que as orações diárias, a missa, o rosário, confissão, comunhão, jejum.
“Um tema da figura antitética ao Messias, que em outros aspectos move a fina flor dos cientistas. “Um dia antes de ontem em Roma, nas instalações da primeira Sabedoria e nas salas da Universidade de  Roma se realizou uma conferência intitulada “O último inimigo de Deus”. Esse é o Anticristo, que personificava o “inimigo dos deuses, neste” imaginário judaico e cristão (n.t. e o anti Cristo islãmico na figura do  Al- Masih- ad-Daijal pela última vez no mundo.
A atenção para a estranha e, vamos dizer aparência espetacular do Anticristo é um tema bem representado no livro do apocalipse cristão de data mais antiga, contribuindo para o “processamento desta figura escatológica e também lendária. A primeira testemunha é um trabalho do terceiro século depois de Cristo, “O Testamento siríaco de nosso Senhor Jesus Cristo”. Mas se, em geral, o aspecto terrível do ‘Anticristo pode ser rastreado até a antiga tradição do cristianismo, que identifica o “adversário escatológico com monstros, no caso específico do nosso texto, assume uma relevância teológica resultante da comparação com a visão de Deus se tomarmos a seção “Acta Iohannis”, um texto escrito provavelmente no segundo século, vemos que há estados em que Jesus Cristo pode ser visto em várias formas (criança, adulto jovem, mais velho) e aparecem ao mesmo tempo mais depoimentos” . 
Em seu quarto, no terceiro andar do prédio das Edições Paulinas, o padre exorcista Gabriele Amorth se prepara para enfrentar o inimigo em ‘mais um enésimo caso difícil. Mas é o diabo que escolhe a quem possuir? “Eu não sei – responde – mas 90 por cento do assédio e possessão são conseqüências do mal, que são causados por pessoas por vingança, ódio ou raiva por sua vez, pelos magos (negros) e ocultistas ligados a Satanás, que, muito bem pagos, são ativados para o ato de maldade. 
 “E não sejais cúmplices com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as. Porque o que eles fazem em oculto até dizê-lo é torpe. Mas todas estas coisas se manifestam, sendo condenadas pela luz, porque a luz tudo manifesta. Por isso diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, eCristo te esclarecerá. Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios  Efésios 5:11-15
É, portanto, a prisão da humanidade à maldade que atrai o malUma última coisa: o demônio não é tão difundido, conhecido. Quando acontece, é muito doloroso. E nós intervimos. Mas a tarefa principal de  um Exorcista é uma só: livrar o “homem, especialmente do medo pelo demônio”.
Marco Ansaldo – La Repubblica

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Padre Gabriele Amorth na Revista IstoÉ
O exorcista-chefe do Vaticano, Gabriele Amorth, espantou o mundo na semana passada ao declarar, alto e bom som, que “o demônio está à solta no Vaticano”. A justificativa para tal desabafo, que macula a residência oficial dos católicos com a fumaça do diabo, foram os inúmeros e incômodos casos de pedofilia envolvendo religiosos e o atentado ao papa Bento XVI no Natal do ano passado. Casos recentes não faltam para sustentar a indigesta frase do padre Amorth, que já tem 85 anos e dedicou os últimos 25 à realização de 70 mil rituais de expulsão do diabo do corpo de fiéis atormentados.
Na Alemanha, por exemplo, surgiram denúncias de abusos feitos contra meninos dentro do milenar coral Regensburger Domspatzen, administrado até 1994 pelo irmão do papa, Georg Ratzinger. No Chile, um padre espanhol da Congregação de Clérigos de São Viator foi preso com 400 horas de vídeos que continham pornografia infantil, boa parte produzida pelo próprio sacerdote. Já no Brasil, dois monsenhores e um padre da cidade de Arapiraca, Alagoas, foram acusados de abusar sexualmente de seus coroinhas. “Quando se fala de Satanás dentro do Vaticano, é de casos como esses que está se falando”, reitera o exorcista. Para Amorth, o diabo existe, não é uma entidade subjetiva ou simbólica, e precisa ser enfrentado. E o que poderia ser tratado como um arroubo medieval em outras épocas hoje ganha força considerável com um lobby de peso: o do próprio papa Bento XVI, que acredita no demônio e defende a volta dos rituais de exorcismo.
O sumo pontífice quer criar um exército de sacerdotes exterminadores de demônios pelo mundo, mas tem uma tarefa árdua pela frente. Tanto o diabo quanto os exorcistas estão fora de moda pelo menos desde o século XX. Até mesmo entre os católicos, leigos e religiosos, que consideram muito caricata e teatral a figura demoníaca e preferem subjetivar o mal, deixando-o, assim, mais palatável para o racionalismo vigente. Com o advento da psiquiatria e os avanços da medicina, muito do que se atribuía ao diabo passou a ser explicado e remediado pela ciência. Desvios como os dos padres do coral Regensburger Domspatzen e dos brasileiros de Arapiraca ganharam nome de sintomas psiquiátricos. Até quem se diz possuído pelo demônio já tem diagnóstico reconhecido pela quarta edição do manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais, publicado em 1994 – a pessoa seria vítima de um “Transtorno Dissociativo Sem Outra Especificação”. A Satanás, cuja própria existência foi colocada em dúvida, sobrou o papel de representação simbólica do mal. 
Enquanto isso, o ofício de exorcista, em baixa, parou de atrair seminaristas. Com o tempo, um corpo de religiosos majoritariamente ignorante no assunto se estabeleceu na hierarquia clerical. “A quase totalidade do episcopado católico nunca fez exorcismos nem assistiu a um ritual”, acusa o padre Amorth. Também boa parte dos bispos, responsáveis pela investidura do cargo de exorcista oficial a um dos sacerdotes de suas dioceses, abandonou a obrigação. Muitos não acreditam sequer na existência do demônio.
Bento XVI começou a tentar reverter esse quadro a partir de 2005. Mas daí a mudar a Igreja, que é um dos organismos mais burocráticos e avessos à transformação que existem, há um longo caminho. Em seus discursos e documentos, constam referências diretas a uma série de pilares teóricos do catolicismo que ele pretende retomar. Entre eles está, por exemplo, o reconhecimento da existência do demônio como um espírito do mal que se manifesta de forma objetiva nas atitudes dos homens.
E se as ondas dessas orientações teóricas demoram para reverberar sobre a pesada estrutura clerical, nas costas dos fiéis elas parecem ter chegado com a força de um tsunami. “Temos visto um aumento na procura por exorcismos. As pessoas estão claramente mais sensíveis à influência do diabo”, afirma Ana Flora Anderson, socióloga e biblista vinculada à Cúria Metropolitana de São Paulo.
A tese é apoiada pelo frei italiano Elias Vella, autor de “O Diabo e o Exorcismo” (Editora Palavra & Prece). Ele reconhece que, entre os anos 1970 e 1990, houve uma calmaria nos casos de possessão. “Hoje, os problemas demoníacos voltaram com força”, disse à ISTOÉ o religioso, que também foi exorcista. A igreja agora corre para suprir a crescente demanda, em meio a uma grave crise de vocações e uma diminuição do número de padres no mundo.
“A Igreja precisa se organizar para capacitar seus padres e fiscalizar melhor quem faz exorcismos”
Padre Gabriele Nanni, exorcista oficial da Diocese de Roma, que dá cursos para outros sacerdotes pelo mundo

Um retrato do descompasso que há hoje entre as necessidades dos fiéis e o despreparo do clero está sintetizado no livro “The Rite” (“O Rito”, em tradução livre), lançado em 2009 pelo jornalista americano Matt Baglio. Repórter free lancer na Itália, ele resolveu acompanhar um padre dos Estados Unidos durante um curso para formar exorcistas ministrado pela prestigiada Pontifícia Universidade Regina Apostolorum, em Roma, vinculada ao Vaticano. “Achei estranho existir um programa de estudos como esse em pleno século XXI”, afirma. “Mas considerei ainda mais espantoso descobrir que muitos dos padres que estavam lá não tinham ideia do que era o demônio e como se fazia um exorcismo.” Baglio lembra ainda que os calouros se diziam marginalizados pela comunidade religiosa de onde vieram por manifestar interesse por assunto tão controverso.
O autor de “The Rite” levantou até números sobre a atividade dos exorcistas no continente americano para confirmar a tese de como o ritual está relegado. Segundo Baglio, deveria haver pelo menos 200 exorcistas ativos nas Américas do Norte, Central e do Sul. Mas em 2009 esse número não passava de 15. “Sei que mais de 95% dos supostos casos de possessão que chegam aos padres acabam diagnosticados como desvio psiquiátrico. Mas e o resto, como fica?”, questiona. O americano acompanhou 18 exorcismos genuínos na Itália e é taxativo ao afirmar que, em alguns casos, a única solução é o ritual católico. “São pessoas que sofrem demais, ninguém sabe por que, e buscam atenção religiosa”, diz. Segundo o jornalista, boa parte dos rituais dura entre 30 minutos e 40 minutos, para não esgotar o possuído. Mas houve casos testemunhados por ele que renderam três horas de luta com o diabo. “É física e mentalmente exaustivo para todos os envolvidos”, admite.
Padre Gabriele Amorth, ponta de lança do movimento que defende a existência concreta do diabo e a importância do retorno dos exorcismos, já está aposentado da prática dos rituais. O único exorcista oficial em atividade na Diocese de Roma atualmente é o sacerdote italiano Gabriele Nanni, que reforça a tese de seu antecessor. “Ele está bem velhinho, mas suas palavras são valiosíssimas, dada a riqueza das experiências que teve com o diabo nas décadas em que serviu como exorcista oficial do Vaticano”, afirma. Nanni, por sua vez, se tornou exorcista oficial da Diocese de Roma em 2000 e, de cara, acumulou a função de professor da Pontifícia Universidade Regina Apostolorum. Entre 2000 e 2005 fez uma média de dois exorcismos por semana – ao menos 520, todos com reconhecimento oficial. Hoje, divide seu tempo entre as aulas na universidade e os cursos que ministra no exterior. Desde 2006, por exemplo, visita a Cidade do México pelo menos uma vez por ano para treinar sacerdotes locais no ritual. Mas isso não os exime da necessidade da autorização do bispo para execução de um exorcismo.
“A demanda está aumentando e a Igreja precisa se organizar para capacitar seus padres e fiscalizar melhor quem faz o rito sem autorização”, alerta. A parte que cabe a ele tem sido feita. Nanni visitou vários países a convite das dioceses locais para ministrar o curso. A Igreja Católica perdeu outro célebre exorcista oficial, o arcebispo de Lusaka Emmanuel Milingo, excomungado depois de casar com uma coreana.
Bento XVI é fiel ao catolicismo medieval, com demônio, pecado e fidelidade à liturgia
Ainda vai demorar para que a legião de expulsores do mal almejada pela Santa Sé se forme. Alguns especialistas atribuem essa carência à debandada de fiéis para algumas igrejas evangélicas, que enxotam demônios por atacado. Enquanto isso, o católico convicto se vira como pode. Se os exorcistas treinados por vaticanistas e aprovados por bispos não vêm, alguns sacerdotes católicos têm atendido aos pedidos dos numerosos fiéis que imploram pelo alívio de uma despossessão. Padre Nelson Rabelo, 89 anos, é um deles. Há 22 anos ele administra a Igreja Sant’Ana, uma bela construção do século XVIII encravada no centro do Rio de Janeiro. Lá, depois da missa das 8h30 das sextas-feiras e sábados, faz orações de cura e libertação. “Vez ou outra há pessoas que gritam, se retorcem, choram e desmaiam”, explica . Essas são levadas a uma sala onde a manifestação recebe tratamento. Para confirmar se é um caso de possessão, o sacerdote faz várias perguntas.
Questiona quantos demônios estão no corpo, indaga seus nomes, a que vieram e que tipo de mal esperam fazer. Algumas vezes, ouve ameaças. “A pessoa fica fora de si. Não é ela quem fala, mas o diabo”, explica. À medida que o exorcismo se desenrola, os malignos vão saindo aos poucos, um por um. “Uma vez encontrei Lúcifer numa menina de 15 anos. Ele se apresentou e disse que de nada adiantaria a minha ação. Mas, no fim, teve que sair”, conta, com ar vitorioso. Segundo os especialistas, a maioria dos possuídos pelo diabo é formada por púberes do sexo feminino, personalidades muito suscetíveis.

Tocadas pelo trabalho do sacerdote do Rio, duas devotas, a advogada Ana Claudia Cavalcante e Zulmira Maria de Rezende, escreveram o livro “Padre Nelson, o Enviado de Deus” (Editora UniverCidade). “Ele trata todas as pessoas igualmente sem receber um centavo”, diz Ana Claudia. A advogada conta que nos exorcismos conduzidos pelo padre, e presenciados por ela, as pessoas possessas reviravam os olhos, arqueavam as mãos e se arrastavam pelo chão. “Mas não ouvi mudança de tom de voz, como normalmente se vê nos filmes.” Uma vez, o próprio demônio denunciou o objeto da casa que havia contaminado para impedir a cura da vítima: o colchão. De outra feita, a mulher possuída foi ao banheiro e se autoflagelou, ficando completamente ensanguentada. Houve também o episódio em que um jovem ficou nervoso ao receber a bênção de padre Nelson e passou a espancar todos à sua volta. Foi exorcizado e hoje frequenta as sessões de oração.

 ex-arcebispo de Lusaka (Zâmbia) Emmanuel Milingo (Espacojames: O mesmo da foto do casamento acima )  pratica exorcismo na Itália

Apesar de reconhecer a boa vontade de trabalhos como o de padre Nelson, a Igreja oficialmente não os aprova. “Quem exorciza sem autorização do bispo já começa errado”, sentencia dom Hugo Cavalcante, presidente da Sociedade Brasileira de Canonistas e porta-voz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ele explica que o diabo é aquele que semeia, entre outras coisas, a desobediência. E não há desobediência maior, no rito do exorcismo, do que fazê-lo sem autorização superior. “O exorcista deve ser um homem virtuoso e extremamente culto, senão o diabo, que é muito esperto, pode enganá-lo”, explica Cavalcante. A opinião é compartilhada pelo teólogo Fernando Altemeyer, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). “Tem que ter malandragem para lidar com o demônio”, afirma. Hoje, a Igreja não habilita aspirantes a exorcistas com menos de 35 anos, doutorado em teologia e conhecimento impecável da “Bíblia”. São exigências criadas para evitar não só diagnósticos de possessão errados, mas também rituais de exorcismo incompletos. “Tem demônio que finge que saiu do corpo para depois voltar com ainda mais força”, alerta Altemeyer.

Mas como reconhecer Satanás? A cultura popular costuma descrevê-lo como um ser animalesco, feio, com rabo e chifres, cheirando a enxofre e com a pele avermelhada. Para os estudiosos, essa representação surgiu no Oriente, berço da religião católica, onde o bode, que reúne as características físicas que hoje atribuímos ao diabo, tinha função expiatória. Naquela época, quando alguma suspeita de feitiço pairava sobre a comunidade, um bode era solto no deserto para vagar até a morte. Nada mais natural, portanto, que a cultura que criou esse ritual tenha atribuído características físicas semelhantes à do animal em questão ao demônio. “Mas ele é puro espírito e não existe de forma material”, afirma Cavalcante, da CNBB.

A origem do diabo não está na “Bíblia”, mas foi delineada através dos tempos por teóricos da fé. A história conta que, antes de criar o cosmo, Deus fez os anjos. Só então ele partiu para forjar o mundo material. Alguns anjos, porém, como puros espíritos, se opuseram à criação desse universo material, naturalmente imperfeito e aparentemente desnecessário para seres como eles, espirituais. Alheio às vontades dos anjos, Deus não só criou o cosmo como foi além e fez o homem à sua imagem e semelhança. Foi a gota d’água para a oposição se revoltar. A rebelião, sob a liderança do anjo Lúcifer, foi repreendida por Deus, que enviou os caídos ao inferno. De lá, porém, como demônios, eles passaram a influenciar os seres humanos. São milhões os malignos circulando pela terra, segundo a tradição católica. “Mas somos nós que deixamos as portas abertas para eles entrarem”, explica Altemeyer, da PUC-SP.
A relação homem e demônio é longa, segundo a tradição cristã. Desde os primeiros seres humanos a habitar a Terra. Agraciados com uma vida sem dor e preocupação no paraíso, Adão e Eva cederam às tentações da serpente – uma representação do diabo – e comeram o fruto da árvore proibida. Ambos acabaram expulsos do paraíso e marcaram o início da história humana. Outro marco importante na trajetória do demônio na terra é a chegada de Jesus Cristo. Ela crava a vitória divina e humana sobre o demônio, mas não o extingue. Mesmo subjugado e sem poder diante da força de Deus, ele ainda tem influência sobre o homem. Para quem se deixou levar pela tentação do demônio e se vê possuído por ele, criou-se o exorcismo. “Jesus e seus apóstolos, bem como todos os cristãos primitivos, foram exorcistas”, conta frei Elias Vella. “Era um sinal de fé”, diz.
Os exorcistas contemporâneos parecem trabalhar como no princípio do catolicismo – perseguidos, com muitas dificuldades e temerosos quanto ao futuro de seu ofício. “Meus colegas sacerdotes falam que não expulso demônio nenhum”, conta o padre paulista Cleodon Amaral de Lima, que pratica exorcismo há 25 anos sem investidura . Padre Nelson, do Rio de Janeiro, também conhece as dificuldades do exorcista contemporâneo. “Poucos bispos aceitam nosso trabalho”, diz o religioso, que foi expulso de duas dioceses em Minas Gerais antes de ser acolhido no Rio de Janeiro. “Quando eu parar com os rituais aqui na igreja, eles acabam.” Cabe ao Vaticano impedir que isso aconteça. 

Padre Nelson Rabelo, 89 anos, exorcista e pároco da Igreja de Sant'Ana, Rio de Janeiro.


Quase três anos depois da entrevista do Padre Gabriele Amorth, o  papa Bento 16 renunciou o cargo o que pode revelar uma disputa de poder dentro da Igreja Católica. Jornais internacionais afirmam que o cardeal Tarcísio Bertone comanda um governo paralelo que resiste aos planos de Joseph Ratzinger que passou a se sentir isolado pelos seus ex-aliados.
O porta-voz da Igreja, Federico Lombardi, diz que o papa é realista e tem conhecimento dos problemas e dificuldades da Igreja e que a renúncia “foi um ato de humildade, sabedoria e responsabilidade”.

Padre  Gabriele Nanni, exorcista da Diocese de Trento, na Itália.

Muitos mistérios existem dentro do Vaticano. 
O que realmente aconteceu com o guarda suiço Cedric Totnay?


Na noite de 4 de maio de 1998, no interior do território do Vaticano, o cabo Cédric Tornay matou seu superior, o coronel Alois Estermann, e sua mulher, a venezuelana Gladys Meza Romero, depois deu fim à própria vida. O Vaticano apressou-se a apresentar a sua verdade. Após a descoberta das mortes, e sem qualquer autópsia, três horas foram mais do que suficientes para identificar o culpado e atestar seu estado mental no momento do assassinato. Esta foi a verdade oficial, a verdade do poder, ou melhor, um aspecto da verdade. Aspecto este não muito convincente. Entre os insatisfeitos encontrava-se o jornalista John Follain e o resultado de suas investigações é o instigante e corajoso  livro Segredos do Vaticano, da editora Seoman. 

O jornalista não desperdiça as oportunidades que vão surgindo ao longo da investigação para apresentar as vulnerabilidades, físicas e morais, que envolvem o Vaticano, o papa e aqueles que o cercam. Sendo assim, o Banco do Vaticano não deixa de merecer suas suspeitas. O comprometimento do, agora quase santo, João Paulo II com a Opus Dei relembra a constrangedora visita do papa viajante a Santiago de Pinochet, em 1987. Naquela ocasião, Sua Santidade apareceu lado a lado com o ditador na sacada do Palácio de La Moneda. 


O autor questiona a eficiência da guarda com suas armas da década de 30, obsoletas, prestes a explodir na cara dos soldados, não esconde o espanto ao recordar o perdão do papa dado a Ali Agca e o comportamento acintosamente oposto em relação ao cabo Cédric Tornay. 
Se o cabo Cedric Tornay matou seu superior juntamente com sua esposa e depois se suicidou, porque as homenagens foram prestadas para os três ...juntos? Como se vê na foto, os três caixões estão no mesmo ambiente,enquanto que o Papa João Paulo II faz suas orações. Mas, Cedric Tornay não se suicidou? A Igreja " jamais" perdoa ou presta homenagens ou orações a um suicida!
Qual a verdadeira história por trás disso tudo?
O que Cedric Tornay " viu" naquele dia que o levou a cometer esse ato tão terrível? Se é que aconteceu assim mesmo como a Igreja quer que acreditemos!



Alois Estermann (Gunzwil, cantão de Lucerna,( 29 de outubro de 1954- Vaticano, 4 de maio de 1998) foi um oficial da Guarda Suiça que foi encontrado morto no seu apartamento no Vaticano.Estermann foi apontando em 1998 comandante interino da Guarda Suíça e no dia da sua morte tinha sido confirmado no cargo.
De acordo com o noticiado oficialmente pelo Vaticano, Estermann e a sua mulher Gladys Meza Romero, de origem venezuelana, foram mortos por um soldado da Guarda Suíça chamado Cédric Tornay, que cometeu suicídio após os assassinatos. Tornay tinha sido repreendido por faltas disciplinares e não lhe tinha sido concedida uma medalha que é habitual ser concedida aos elementos da guarda após três anos de serviço.
O Papa João Paulo II celebrou a missa fúnebre de Alois Estermann.
O militar fora em vida condecorado com a Ordem de Pio IX  e a Sagrada Ordem Militar Constantina de São Jorge.

Ninguém ouviu os tiros, de acordo com vizinhos que foram entrevistadas após os assassinatos, mas os três corpos eram prova suficiente para resolver o crime, pelo menos de acordo com o Vaticano. Linha oficial da Santa Sé foi que corporal Tornay havia matado Estermann e sua esposa antes de colocar sua pistola sete milímetros em sua boca e soprar os miolos. O motivo era simples, eles disseram. Tornay havia sido aprovada por Estermann para uma promoção e não pôde conter sua raiva.
Mas a verdade por trás de assassinatos da Guarda Suíça do Vaticano é muito mais complexa, diz a mãe de Tornay, Muguette Baudat. No início deste mês ela pediu ao Papa Bento XVI para reabrir o caso e limpar o nome de seu filho. Em uma breve entrevista com o The Daily Beast, ela diz que seu filho foi vítima de um cover-up, não o autor de um homicídio-suicídio. "Meu filho não é o homem por trás de tal assassinato", disse ela. "Ele não era louco e vingativo. Ele era, na verdade, uma vítima neste crime ".


Baudat escreveu uma carta ao papa atual na esperança de que ele vai reabrir o caso. Ela acredita que, porque Bento era um administrador chave na hierarquia do Vaticano durante a investigação do assassinato de seu filho, ele pode estar disposto a investigar novamente o caso por uma questão de transparência. "Ele pode querer limpar sua consciência", diz ela. "Seria a coisa certa a fazer."
Quando isso aconteceu, o assassinato Guarda Suíça balançou Roma para seu núcleo. Cidade do Vaticano, porque é uma nação soberana, ele tem sua própria polícia e unidades de investigação. O papa é o chefe de Estado, e ninguém na administração papal tem que responder a ninguém fora do Vaticano paredes-mesmo que a pequena nação está escondido dentro da cidade de Roma. Sigilo encoberto o caso desde o momento em que a notícia foi divulgada. Nas primeiras horas após um insider do Vaticano que vazaram a notícia de um assassinato, jornalistas italianos locais especularam que o então papa João Paulo II tinha sido vítima da ira de um atirador. Demorou quase 24 horas para o Vaticano para esclarecer que tinha sido o chefe do braço protetor do papa que tinha sido morto em um assassinato-suicídio e não o próprio papa.
Nos anos que se seguiram, os repórteres seguiram várias pistas em uma busca sem solução ainda- para a verdade sobre o que pode ter realmente aconteceu naquela noite. Vários livros foram escreveu sobre o caso, mas nenhum até agora têm verdadeiramente resolvido o crime. Não era segredo dentro da Guarda Suíça que Estermann era um bissexual que tinha uma fraqueza por jovens recrutas e tinha alegadamente apenas terminou um relacionamento sexual com Tornay, que era 23 anos na época. Uma teoria é que quando Estermann virou suas afeições para outro jovem recruta, Tornay supostamente perdeu a paciência e matou Estermann e sua esposa em um ataque de fúria. Em um livro sobre o caso chamado Verbum Dei et Verbum Gay ("a Palavra de Deus, Gay Palavra"), autor Massimo Lacchei escreve que nos dias antes dos assassinatos, ele tinha observado Estermann e Tornay em que ele descreve como um brunch gay e tinha mais tarde entrevistou Tornay, que ele disse foi claramente ligado ao seu superior. Ele diz: '' Eles eram tão íntimo e acolhedor para um subordinado e um capitão. "
Outra teoria é que Estermann estava no centro de uma luta de poder dentro da própria Guarda Suíça. De um lado estava o movimento Opus Dei über-conservador, e por outro uma seita maçónica com crescente força dentro da guarda de elite. Estermann, que foi nomeado como novo comandante dos guardas, poucas horas antes de ser assassinado, foi pego no meio, de acordo com um livro chamado Sangue reside no Vaticano, escrito por autores anônimos que afirmam ser sacerdotes e iniciados que vivem no interior do muros do Vaticano.Eles sustentam que Tornay foi atacado e arrastado para o porão do Vaticano, onde ele foi "suicidado" por soldados e depois colocado no apartamento de Estermann após os assaltantes reais fizeram o seu trabalho sujo. Eles concluem, "O elemento que mina a verdade oficial é o fato de que ninguém ouviu os cinco tiros disparados por alto a poderosa pistola encontrada sob o corpo de Cedric Tornay."
A mãe de Tornay acredita que a segunda teoria mais do que o primeiro, mas sabe a verdade poderia estar em algum lugar no meio. Ela diz que seu filho era o peão das entidades mais poderosas e foi pego no fogo cruzado em uma situação que ele provavelmente não sabia nada. Ela nega caso homossexual de seu filho com seu chefe, mas admite que ele pode ter sido muito confiante e, portanto, facilmente aproveitado. De qualquer maneira, ela está determinada a descobrir a verdade sobre seu filho.
O Papa Bento XVI jamais não  oficialmente a carta da mãe de Tornay. Seu advogado Luc Brossollet diz que não vai deixá-lo ir. "O caso está cheio de provas suprimida, contradições e mentiras", disse ele recentemente. "É hora de encontrar a verdade vergonhosa!"

Outros jornalistas, como o documentarista alemão Christoph Felder, defendem a tese que Cédric Tornay foi, na realidade, vítima de uma terrível conspiração no Vaticano.

Para Felder, o mistério do crime está num conflito entre a direção do Vaticano e a Opus-Dei. O comandante Estermann era uma pessoa ligada ao grupo católico ultraconservador e queria aumentar sua influência em Roma. O jovem Tornay teria presenciado o assassinato de Estermann e sua esposa e foi, dessa forma, “apagado” como testemunha.

A mais recente hipótese foi levantada por um ex-juiz italiano, Ferdinando Imposimato. Em seu livro, o antigo magistrado afirma ter pesquisado nos últimos vinte anos as relações entre a Guarda Suíça e a Stasi, a polícia secreta da República Democrática Alemã.

Estermann teria sido recrutado pelos alemães comunistas ainda jovem. Quando este entrou para a Guarda Suíça em 1980, teria sido um pião precioso na preparação do atentado cometido contra o Papa, em 13 de maio de 1981. O assassinato teria sido uma vingança e o jovem soldado foi morto por estar no local errado na hora errada.

O Vaticano discorda com veemência de todas essas versões.



-Artigos publicados originalmente no JORNAL DO BRASIL
-http://www.olobo.net/index.php?pg=colunistas&id=298
-http://www.thedailybeast.com/articles/2011/11/14/vatican-murder-mystery-was-it-a-gay-love-triangle.html
-http://www.swissinfo.ch/por/eles-dariam-a-vida-pelo-papa--ii-/3455608

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                           MAGIA  OCIDENTAL



Em certos aspectos a palavra " magia" é inadequada, porque  lhe são atribuídos vários significados. Existe  a magia dos mágicos circenses; a magia dos antropólogos, que são as superstições ingênuas, ritos primitivos de fertilidade, curiosidades folclóricas que sobreviveram no tempo; a magia negra, realização de atos cruéis para assegurar os favores do demônio; a magia do ocultista ocidental, um sistema altamente sofisticado cujas origens devem ser procuradas na literatura hermética e gnóstica do Império Romano.
Os textos que formam a literatura hermética normalmente são relatados em forma de diálogos explicativos entre deuses e deusas. A figura central dos diálogos é sempre Hermes Trimegisto ( Hermes, o três vezes grande), uma manifestação particular de uma deidade grega que,pelo menos quatrocentos anos antes de Cristo, era identificado como Thot, deus egípcio da escritura, da sabedoria e da magia.

Outros personagens que costumam aparecer nestes diálogos são Imhotep, glorificado cientista egípcio; Ísis, deusa velada dos mistérios e Tat, outra encarnação do próprio Thot. Os autores herméticos interpretavam a natureza destes deuses em dois planos; num, inferior, estas divindades eram tratadas como personagens concretos. Tat era uma pessoa como qualquer um de seus adoradores, possuindo atributos divinos, como o poder estar em dois lugares ao mesmo tempo, porém sujeita a limitações. Num segundo nível mais elevado, os deuses eram considerados personificações dos princípios cósmicos. Eros era do princípio do amor, sendo todo amor humano nada mais do que um reflexo da eterna realidade de Eros.

Existem várias recopilações de textos herméticos,porém,o que mais profundamente afetou o desenvolvimento da magia ocidental foi o Corpus Hermeticum, no seu primeiro tratado O Divino Pimandro. O autor relata como foi " arrebatado no espírito" e contemplou o divino Pimandro, essência da onipotência, a quem suplicou que lhe concedesse o conhecimento direto de Deus e da natureza do Universo.
A doutrina dualista do espírito e da matéria assim como a ideia de que pode se alcançar a salvação pela via do conhecimento, estava igualmente presente no gnosticismo. Os gnósticos acrescentaram o conceito de uma sociedade de iniciados, comprometidos em guardar segredo sobre a verdadeira natureza de seus ritos e do conhecimento que se adquire ao praticá-los, conceito esse derivado possivelmente dos ritos de iniciação de Elêuses e de outros antigos mistérios.

Este conceito de fraternidade secreta na qual se ensinam conhecimentos secretos, assim como a crença no dualismo hermético da matéria e do espírito, são características comuns a todas as comunidades mágicas importantes dos nossos dias. A tradição mágica geral absorveu algumas teorias herméticas bastante excêntricas e obscuras. Existe uma extraordinária explicação sobre a natureza das imagens dos deuses que aparece no tratado hermético intitulado Asclepius: " Os nossos antepassados descobriram a arte de criar deuses...Conjuravam as almas dos demônios ou de anjos e as introduziam, por métodos  sagrados e misteriosos, nas imagens dos deuses,para que elas adquirissem o poder de provocar o Bem e o Mal".
A ideia de que as imagens podem se transformar a partir de meras representações de princípios cósmicos em objetos mágicos dotados de vida e de inteligência próprias, exerceu uma grande influência na magia ocidental. Trata-se de um conceito derivado da teoria das correspondências que afirma que todo o fator material do universo é apenas um reflexo do princípio cósmico.  As rosas, por exemplo, seriam um reflexo do princípio cósmico personificado em Vênus.
As técnicas empregadas pelos antigos para animar as estátuas mágicas se baseavam em símbolos ou " amuletos". Estes amuletos eram pedras, ervas, perfumes, flores, animais e seres que se acreditava que correspondiam às qualidades e atributos do deus ou da deusa cuja imagem pretendia-se animar. Após inserir estes símbolos na imagem, se entoavam certas palavras secretas de poder, supostamente reveladas à humanidade pelos deuses;se o ritual fosse realizado corretamente, o deus indicava a sua presença de algum modo milagroso, fazendo com que a imagem sorrisse ou chorasse ou concedendo a iluminação mística aos seus adoradores.

A doutrina hermética das correspondências, na qual se baseia o emprego de símbolos para fins mágicos, continua viva nos nossos dias e constitui um dos quatro conceitos fundamentais nos quais se baseou o moderno ressurgimento da magia, além da ideia que se pode dar vida às imagens. Em um tratado didático intitulado Sobre a Natureza dos Deuses, um dos documentos secretos de uma moderna fraternidade mágica chamada Os Templários dos Deuses, fundada em 1902 e que, em certo momento esteve dirigida por Aleister Crowley, se recomendava ao iniciado de sétimo grau ou " cavaleiro" que " instalasse uma capela privada em seu castelo com um candelabro de chama permanente,à imagem do sol, iluminando um falo talhado ou modelado pela arte do escultor". E que o cavaleiro realizasse " frequentes vigílias diante dele, entoando, com todo o seu coração, hinos e invocações de forma que a imagem fosse consagrada por efeito de sua vontade. Assim se converteria em armazém de energia, e em foco ou ímã capaz de atrair toda classe de forças sutis e de emanar bendições".
A crençano demônio é tão antiga quanto a humanidade. Sempre foram temidos, ainda que às vezes fossem representados como figuras cômicas, na crença de que " o riso ajuda a vencer o medo". Com certeza o demônio não tem existência objetiva mas são realidades psíquicas; e os que experimentaram estas realidades psíquicas em forma perceptível dos sentidos, através a base de drogas, bebidas ou outras substâncias que " soltam as ataduras da alma", raras vezes as encontraram divertidas.

os magos sempre asseguraram que alguns artistas possuem a capacidade de captar diretamente as realidades do mundo astral, de penetrar na consciência que existe por  cima da existência física. Considerando que esta terminologia ocultista poderia ser rejeitada por muitas pessoas, estas possivelmente estariam de acordo se as mesmas fossem reformuladas em termos psicológicos. " Muitos artistas possuem a capacidade de conjurar os níveis mais profundos do subconsciente".
Desde os tempos clássicos, os magos ocidentais utilizaram talismãs, objetos com símbolos gravados ou desenhados, que se carrega, de energia espiritual para que sirvam de ajuda aos seus possuidores. Os talismãs antigos e medievais costumavam ser feitos com pedras semi preciosas talhadas ou de cerâmica, com inscrições. Os que realizamos magos modernos costumam ser papel ou pergaminho e incluem desenhos realizados com tintas  de cores. No entanto, o caráter fundamental e o propósito dos talismãs são os mesmos, tanto em um caso como em outro.

A maioria dos magos atuais considera a bruxaria como um gozo desenfreado das fantasias do mundo astral; em outras palavras, uma aceitação deliberada do inconsciente e de todo o seu tumultuoso caos de imagens desordenadas.
Desde a antiga Roma à moderna Londres, desde Proclo até Yeats, a filosofia da maior parte dos magos foi impregnada de un dualismo que considerava que o espírito é " bom" e a matéria "má" e que via o homem como um espírito imortal preso no mundo da carne.
William Blake,muito influenciado pela tradição mágica refletida nos escritos de behmenistas e swedenborgistas, lutou contra esta crença, embora nunca conseguisse superá-la (  Livro de Urizen,1794).
A Cristaloscopia, emprego de um cristal, um espelho negro, uma pedra preciosa ou um recipiente de água como método de auto hipnose para aceder aos tesouros do inconsciente era uma técnica muito usada na Inglaterra do século XIX. Tratava-se de um ato ritual aonde o mago se situava dentro de um círculo mágico, acendia velas, queimava  incenso e utilizava uma vara mágica para invocar as entidades astrais até que elas se tornassem visíveis no espelho mágico.
Numerosos magos  utilizaram drogas com o fim de expandir a consciência. Em épocas recentes, as drogas mais utilizadas foram  a maconha, o anhalonium e o LSD. Os magos e bruxo da Europa medieval empregavam poções menos conhecidas mas igualmente potentes.
Durante certo tempo, a cosmologia mística mitraísta, segundo a qual Mitra, o invencível " sol atrás do sol", governava o mundo com seu passo através dos signos do zodíaco supôs uma séria competição para o cristianismo. Tratava-se de uma interpretação mágica do mundo que influiu no gnosticismo e na teurgia e foi influenciada por sua vez por estas doutrinas. A ideia mitráica do ser humano evoluindo através de vários graus de desenvolvimento espiritual, simbolizados pelos diferentes planetas, exerceu e exerce influência permanente na magia ocidental.
A maioria dos magos modernos consideram que as criaturas semi humanas que cavalgavam sobre escovas e forquilhas eram representações simbólicas de entidades astrais. Estes seres, assim como as transformações em animais e espíritos familiares tradicionalmente associados com as bruxas seriam manifestações do subconsciente, embora não resultasse tão fácil se livrar delas.
Os demônios dos séculos XVIII e XIX tem natureza basicamente idênticas: podem imitar uma vestimenta de um cavaleiro, mas seus chifres e patas de cabra revelam as forças primitivas que podem estalar com terrível violência desde o fundo do subconsciente.
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Baseado em " Mitos, deuses e mistérios"...Francis King...1975



Os protomagos da época clássica que praticavam a animação de imagens eram conhecidos como  teurgos, existindo uma estrita relação entre a arte da teurgia e as doutrinas hermética e gnóstica. As três estavam muito influenciadas pela filosofia idealista de Platão que sustentava que os objetos materiais são, em certo modo, reflexos irreais, transitórios e imperfeitos de conceitos eternos.
O texto mais sagrado dos teurgos era o dos Oráculos Caldeus, uma coleção de sentenças atribuídas a Zaratustra, o reformador da religião persa,mas recompiladas e, talvez escritas, por Juliano, neoplatônico do século II A.C.



Sabe-se muito pouco sobre a vida de Juliano.Os autores pagãos de épocas posteriores o apresentam como um teurgista dotado de grandes poderes, capaz de invocar os deuses para que adotassem a forma visível, de viajar em espírito a qualquer lugar e de controlar os fenômenos atmosféricos.
Sabemos bastante sobre a natureza de seus Oráculos Caldeus. Embora o texto completo seja um dos livros perdidos da Antiguidade,, são tantos os fragmentos citados por outros autores que podemos obter uma ideia aproximada do seu conteúdo e apreciar, ao mesmo tempo, o alcance da sua influência no desenvolvimento da magia ocidental .Os Oráculos Caldeus insistiam sobre a importância que tem nos ritos teúrgicos os " encantamentos bárbaros", estranhas palavras de muitas sílabas e origem desconhecida que foram se repetindo em todos os ritos mágicos desde o Egito ptolemaico até os Estados Unidos de Richard Nixon. Segundo Juliano, não podem ser mudadas nem uma sílaba destas fórmulas, que possuem " um poder inefável".

A teurgia tinha plena aceitação entre os filósofos pagãos, qua a consideravam uma barreira contra o avanço irresistível do cristianismo e como algo situado por cima da filosofia, dado que permitia o acesso direto aos deuses. Segundo o neoplatônico Jâmblico, " não é o pensamento o que liga os teurgos aos deuses...a união teúrgica com a divindade se alcança unicamente pela eficácia de atos inefáveis realizados de modo correto!"



Sendo assim, Teurgia é uma palavra de origem grega que pode ser traduzida como " obra divina", referindo a uma magia cerimonial que busca, através da prática de orações e rituais incorporar uma manifestação divina no praticante, além de  uma aproximação pura e profunda com a divindade em questão.

Não há dúvidas de que os teurgos consideravam o disco solar, e o olho de Rá que costumavam adornar, com algo mais do que uma mera representação simbólica do sol material. Para eles era um símbolo do " sol que existe atrás do sol",  aforça espiritual da qual o fogo solar não é mais do que uma mera manifestação.
Os teurgos, protomagos neoplatônicos da antiguidade clássica, sentiam profunda admiração pela sabedoria do antigo Egito. Embora, as sua interpretações da cultura, da religião e da história egípcias estivessem indubitavelmente tingidas de fantasia, é possivel que possuíssem a capacidade de " pensar em egípcio", uma habilidade da qual costumavam carecer os modernos egitólogos,o que lhes proporcionava uma compreensão intuitiva das realidades cósmicas que, conforme acreditam os magos, se ocultam atrás do tosco simbolismo da religião egípcia.


Antes que o imperador Justiniano fechasse definitivamente as escolas filosóficas de Atenas no ano 529, a chama pagã se reavivou momentaneamente graças a Proclo, o último dos grandes teurgos clássicos e provavelmente também o último e maior  dos filósofos neoplatônicos.
Proclo ( 410- 485) tinha sido iniciado nos segredos da teurgia por Asclepigenéia, filha de outro neoplatônico, Plutarco de Atenas. Proclo nunca se casou e viveu uma vida quase  monástica em companhia dos homens e mulheres que compunham uma pequena comunidade de filósofos pagãos atenienses, uma ilha de cordura em um mundo no qual se assassinavam pessoas pelas suas opiniões teológicas.
Dedicava muitas horas horas de cada dia à oração contemplativa, invocando os deuses em ritos teúrgicos; escreveu incessantemente e diziam que tinha como hóspede a deusa Atena, que se estabeleceu na sua casa depois que foi retirada a sua imagem do Partenon.
Os escritos teúrgicos de Proclo, com exceção de uns poucos fragmentos, foram destruídos pelos seus adversários cristãos, mas se conservaram algumas de suas obras filosóficas, entre as quais destacam-se os Elementos de Teologia  e a Teologia Platônica, cujas traduções ao latim medieval mantiveram vivos certos conhecimentos de filosofia platônica e hermética que serviram de base teórica à magia clássica posterior.
Estas influências neoplatônicas foram reforçadas no século XII pelo redescobrimento da astrologia antiga, que chegou ao conhecimento dos eruditos ocidentais através de traduções ao latim ou ao árabe das obras de astrólogos gregos como Ptolomeu. Em termos estritos, a astrologia não é parte específica deste livro, mas não se pode passar por cima da importância que teve a sua aceitação no   mundo cristão ocidental, já completa no final do século XIII. Os antigos deuses reapareciam disfarçados de espíritos planetários; através da astrologia uma cosmologia pagã e mágica passava a fprmar parte do conceito cristão do mundo.
Essa cosmologia serviria de inspiração aos magos eruditos dos séculos XV,XVI e XVII, mas também tiveram grande importância os grimórios ou livros negros, textos de magia negra da Idade Média.

Fontes: Mitos, Deuses e Mistérios........Francis King
Edições delPrado....1975


          MAGIA E RELIGIÃO NA PRÉ HISTÓRIA

Descendentes das sociedades de caçadores, os primeiros povos neolíticos praticavam rituais propiciatórios e cultuavam as divindades da fecundidade, personalizadas na Deusa Mãe. Essa deusa já existia nas etapas do Neolítico pré-cerâmico da cidade de Jericó, e suas estatuetas aparecem em todas as civilizações agrícolas do Neolítico asiático e europeu, alcançando seu máximo esplendor nos templos destinados a seu culto na ilha de Malta. Sua relação com as " vênus paleolíticas" é indiscutível e é um dos poucos testemunhos culturais que enlaçam diretamente com a preocupação religiosa do Paleolítico, se bem que estas figuras apareçam agora carecidas de sensualidade, muito mais formais.


A mais antiga representação da Deusa- Mãe, cerca de 5750 A.C.

A abundância e difusão destas, os templos em que se veneravam, mostram não apenas a continuidade de uns sentimentos religiososo, mas também a necessidade cada vez maior que se tinha deles. Se a vida paleolítica precisava de proteção que garantisse a fecundidade e abundância da caça, a agricultura obriga a uma diversificação e especialização das divindades. Já não será apenas o culto da Deusa Mãe. Outros deuses surgem: o do fogo, do sol, da lua, chuvas, terra e animais, todos eles com uma intervenção importantíssima na sobrevivência da cidade.
Assim como nos povos caçadores a atuação da divindade protetora devia ser imediata, nospovos agricultores o benefício desta proteção abrangia desde o momento em que semeavam até à colheita. Este fato é importante, pois obriga o homem neolítico a uma constância nas suas crenças, cria-lhe uma situação de dependência a longo prazo e o compromete a práticas rituais ligadas às estações do ano.Com efeito, o ritmo cíclico das estações não podia passar despercebido às comunidades agrícolas. O atraso das chuvas,o excesso das mesmas, sua chegada em épocas inoportunas, bem como a geada e o granizo, eram sinais inequívocas não só do poder das divindades,mas também da sua melhor ou pior disposição face ao comportamento daqueles  povos.
Outra representação da Deusa-Mãe

Com isso, também havia oculto aos mortos. É difícil classificar ou determinar o significado das cabeças humanas decoradas descobertas na povoação de Jericó, mas parece que as primeiras comunidades neolíticas enterravam cuidadosamente seus mortos, a quem ofereciam muitas vezes vasilhas com alimentos, pequenos objetos e peças de roupas, mas sem muitos exageros.Existia a ausência de armas nas sepulturas neolíticas da primeira época, mostrando o caráter pacífico daqueles povos.

Com o decorrer dos anos, as preocupações religiosas diversificaram-se e enriqueceram; isto manifesta-se tanto na riqueza dos trajes como nos rituais usados para que os espíritos lhe sejam propícios, os da reincarnação e outros que se supõem; As possibilidades de uma arquitetura mais desenvolvida, em que a pedra desempenha um papel fundamental,  inspiram o movimento megalítico que revela não só ideias mais avançadas sobre a concepção da morte e vida futura, mas também acerca do ritual. Paralelamente às casas dos mortos desenvolveu-se as dedicadas aos deuses, os templos. Tumbas e templos, preocupações e sentimentos religiosos que legaram aos povos posteriores, com os quais se entra plenamente nos começos da civilização.

Baseado na " Pré-História".....Biblioteca Salvat
Grandes Temas.....1979



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A Era Cristã, também chamada Era de Cristo ou Era Vulgar ou também Era Comum,( estas duas  últimas designações  são as preferidas por quem tenta evitar referências religiosas).) foi criada no ano 525, para resolver a questão litúrgica da data correta da Páscoa da Ressurreição. Por solicitação do Papa S.João I, um monge chamado Dionísio,O Pequeno , devido a sua pequena estatura, tentou calcular a data do nascimento de Cristo. Baseando-se mais em argumentos históricos que em computações cronológicas, Dionísio fixou o nascimento de Jesus, no dia 25 de dezembro, do ano 753 da Fundação de Roma.



O novo sistema cronológico se propagou de modo lento, principalmente por causa das novas tabelas. Dionísio mesmo jamais o utilizou e a chancelaria papal só o adotou durante o pontificado de João XIII ( 965-972). Seu uso na Europa não se generalizou até o século XI. Na Espanha não foi aceito até o século XIV e as igrejas ortodoxas começaram a usá-lo no século XV.
A cronologia de Dionísio foi colocada em dúvida, desde muito cedo, e por muitos motivos. É inegável que o monge cometeu um erro de cálculo,pois se sabe que Cristo nasceu durante o reinado de Herodes que morreu pouco depois da Páscoa de 750 da Fundação de Roma. Portanto e,paradoxalmente, a Era Cristã deveria começar, realmente, no ano 4 a.C.
No entanto,o uso e a tradição consagraram a Era Cristã,de acordo com as computações de Dionísio!
Anno Domini (termo em latim que significa: "ano do Senhor"), também apresentado na sua forma abreviada A.D., é uma expressão utilizada para marcar os anos seguintes ao ano 1 do calendário mais comumente utilizado no Ocidente.

Fonte: Curiosidades & Pesquisa....volume um
               Wikipédia

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